O cenário não poderia ser melhor. Ao horizonte dos olhos, o Oceano Atlântico e as ilhas. Aos pés, à areia fofa que dá o ritmo do esporte que caiu no gosto de uma parcela de desportistas que frequentam a praia de Balneário Piçarras: o beach tennis. Em quadras espalhadas ao longo da orla, é preciso apenas ter o equipamento mínimo, boa vontade para aprender e disposição para movimentar o corpo em busca de mais qualidade de vida.
“Em Piçarras podemos dizer que foi um ‘case’ de sucesso. Éramos em poucos praticantes, e muito rapidamente reunimos pessoas, organizamos espaços, pedimos apoio do governo local e empresas. A modalidade explodiu devido ao grande número de tenistas e praticantes de outras modalidades de raquetes, que vieram para cidade com o crescimento imobiliário na cidade. Um esporte praticado na areia da praia é muito atraente, um ambiente muito agradável”, define o educador física e professor da modalidade, Marcelo Albuquerque.
Para ingressar na quadra, é necessário ter uma raquete especial para o beach tennis e um jogo de bolinhas. A observação inicial é essencial para captar o jogo, que tem regras bastante básicas. Em suma, a bolinha deve ser rebatida enquanto ainda estiver no ar. “Dica para quem está iniciando: assista jogos, acompanhe algum amigo numa partida ou peça para um professor fazer uma aula experimental antes de qualquer decisão”, recomenda Marcelo, frisando os ganhos pessoais com a prática.
“Além dos benefícios diretos que toda prática esportiva proporciona, o beach tennis promove um ótimo gasto calórico – cerca de 600 calorias numa partida ou em 1 hora de aula”, complementa, recomendando que protetor solar e hidratação devem ser reforçados. Alto gasto de energia e calorias, movimentação de todo o corpo, melhoria do desenvolvimento físico e motor, aumento da agilidade e movimentações e melhora no condicionamento físico estão ligados diretamente à modalidade.
A melhora no condicionamento físico foi um ponto enaltecido por Ana Figueredo, que começou a praticar o esporte incentivada pela irmã. Após vencer a Covid-19, Ana afirmou que o cansaço foi um dos pontos mais fortes no pós-doença. “Tenho mais disposição. Comecei a jogar um mês depois de me curar do Covid, estava com muita fadigada. Foi excelente pra minha recuperação”, pontuou.
Rodrigo da Costa, que também ingressou no esporte há pouco tempo, já vê ganhos. “Praticar um esporte na praia, como o beach tennis, é um excelente exercício cardiovascular. Diminuiu o meu cansaço no dia a dia na parte da saúde e o esporte se torna viciante”, comentou. Ele buscou sair do sedentarismo buscando um “um esporte descontraído, em contato com a natureza e com regras fáceis”. A participação de todos os públicos é outra marca do esporte.
“É uma modalidade esportiva que atende todas as faixas etárias e é muito comum ver pais jogando com filhos, avós e netos…não existem barreiras de idade!”, frisou o educador físico. Com diversas quadras espalhadas pela praia, ele cita que “qualquer pessoa pode ingressar nas quadras. Porém é necessário ter uma raquete e bolinhas (adequados ao esporte). Vale lembrar que a maioria das redes são particulares, a única ressalva que eu faria quanto ao uso, é para que cuidem deste equipamento, não se apoiem ou mudem a marcação”.
Em alta no verão, diante do clima quente e propício à presença de pessoas na praia, Marcelo espera uma baixa de praticantes ao longo da temporada de frio – mas afirma que o esporte será mantido. “Estou preparado para a diminuição das turmas. O dia fica mais curto, aumenta o vento e dias com chuva. Frio é fácil de contornar, vai diminuir também o número de praticantes aos finais de semana, parar jamais. A modalidade tem espaço para crescer ainda mais em nossa cidade”, finalizou.
