Dados recentemente publicados pela Epagri revelam que a produção catarinense da macroalga Kappaphycus alvarezii cresceu 634% desde sua primeira safra, em 2021/2022 – quando 102,3 toneladas foram produzidas. A safra de 2023/2024 rendeu 751,09% toneladas da espécie produzida em nova municípios do litoral, colocando a cidade de Penha a sexta maior produtora da macroalga que possui grande apelo econômico mundial.
“A produção catarinense continua sendo estimulada pela crescente demanda nacional por biofertilizante e também por oportunidades que estão se apresentando para o uso da biomassa na biotecnologia, na pecuária, no comércio de créditos de carbono”
A análise da produção foi publicada e assinada pelo agrônomo com especialização em Aquicultura, mestrado em Aquicultura e Doutorando em Aquicultura servidor público do Centro de Desenvolvimento de Aquicultura e Pesca (CEDAP), na Epagri, Alex Alves Santos. “A produção catarinense continua sendo estimulada pela crescente demanda nacional por biofertilizante e também por oportunidades que estão se apresentando para o uso da biomassa na biotecnologia, na pecuária, no comércio de créditos de carbono”, frisou ele.
Segundo a publicação, as 751,09 toneladas da safra 2023/2024 resultaram em uma movimentação financeira de R$ 2.103.052,00. Esta biomassa rendeu 600.872 litros de biofertilizante, gerando uma movimentação financeira de R$ 10.815.696,00. “A demanda comercial pelo biofertilizante de Kappaphycus alvarezii vem impulsionando esta nova cadeia produtiva em Santa Catarina”, destacou Alex Alves, reforçando o viés de empreendedorismo na produção da macroalga, que começou a ser explorada em 2021.
“Este cenário de oportunidades foi determinante para a construção de um grande projeto nacional de pesquisa aplicada, envolvendo os estados de Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro, cujo objetivo é ampliar o comércio de Kappaphycus alvarezii no Brasil”, completou o agrônomo. Florianópolis é a maior produtora, como uma safra de 351,21 toneladas. Palhoça (254,49t), Bombinhas, (72,87t), Governador Celso Ramos (29,04t), Biguaçu (19,02t), Penha (12,80t), Porto Belo (7,10t), São José (3,56t) e São Francisco do Sul (1t) completam a relação.
“Está se formando em uma grande cadeia produtiva que demonstra o potencial de Santa Catarina. Possivelmente, Santa Catarina vai assumir a posição maior produtor nacional de macroalgas”
Em Penha, são três produtores. O oceanógrafo com mestrado e doutorado em aquicultura, professor Gilberto Manzoni, observa que produção da macroalga “está se formando em uma grande cadeia produtiva que demonstra o potencial de Santa Catarina. Possivelmente, Santa Catarina vai assumir a posição maior produtor nacional de macroalgas. Isso a gente vai ter certeza quando sair o relatório anual de produção, agora dia 4 de novembro”.
O pesquisador do Cedap, Alex Alves, comenta que “está macroalga é uma das espécies mais produzidas no mundo, pois dela se extrai um coloide ou um gelo, popularmente falando, chamado carragenana. Está substância tem propriedades espessante, estabilizante, aglutinante e emesulficante. Por essa razão é muito utilizada pelas indústrias química, alimentícia e de cosméticos. Tais substâncias são muito usadas em diversas indústrias como farmacêutica, química, alimentícia e têxtil”.
Quanto aos valores financeiros gerados e pontuados em sua publicação, Alex Alves frisa que eles são “meramente especulativos, baseados em volumes produzidos e valores praticados em Santa Catarina e não traduzem lucro, apenas apresentam a movimentação financeira da atividade”.