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sexta-feira 13 de junho de 2025


Educação de Penha entrega materiais didáticos em Braille para aluna Nicolly

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A Secretaria de Educação de Penha realizou a entrega de materiais didáticos em Braille para aluna da rede municipal de ensino, Nicolly Pereira, de 11 anos – que frequenta a Escola Rubens João de Souza. Nicolly tem baixo grau de visão em decorrência de um glaucoma congênito diagnosticado logo após o nascimento. A iniciativa marca o início do avanço da política de inclusão para pessoas com deficiência visual na Educação Municipal.

A aluna do 6º ano passou a frequentar recentemente as aulas do serviço de Atendimento Educacional Especializado (AEE) para aprender Braille na Sala de Recursos Multifuncionais. O aprendizado vai possibilitar a utilização plena do material didático adaptado e maior inclusão em sala de aula. O material em Braile abrange todas as disciplinas e foi adquirido junto ao sistema aplicado na Rede Municipal, da Editora Brasil.

“Além de aprender o Braille agora, eu vou poder ler os livros na escola para estudar. Eu espero que tudo melhore para mim e para o município, para que esteja tudo preparado para outras crianças chegarem. Eu acredito não só em mim mesma, mas em cada um que tem essa condição”, destaca Nicolly, que embarcou na última sexta-feira, 6, para os Estados Unidos, onde passará por uma nova bateria de exames médicos.

Os livros didáticos foram entregues pelo prefeito Luizinho Américo e pela secretária de Educação, Cida Emmerich. “Finalmente a Nicolly terá as condições necessárias para receber uma educação inclusiva, indo ao encontro de suas necessidades e também abrindo novos rumos na Educação de Penha”, reforça a secretária.

Aos 2 anos de idade, Nicolly recuperou uma pequena parte da visão após uma cirurgia realizada em Miami, nos Estados Unidos, em um caso amplamente reconhecido que foi considerado um milagre da medicina e é uma referência de esperança para os portadores de glaucoma. A reportagem sobre o caso de sucesso, publicada pelo Miami Herald em 2016, ainda é destaque no centro cirúrgico do Bascom Palmer Eye Institute.

A busca por especialistas estrangeiros começou para evitar um transplante de córnea, que era recomendado pelos médicos brasileiros. Desde então, Nicolly e a mãe, Daiana, voltam aos Estados Unidos todos os anos para acompanhamento médico e novos procedimentos cirúrgicos. “Ela realizou uma iridectomia, que raspou todas as cirurgias anteriores, ampliou a íris e colocou válvula nos olhos para controlar o glaucoma. Ninguém naquele momento esperava que ela pudesse enxergar, mas, outro dia na retirada dos tampões ela incrivelmente enxergou”, relembra a mãe.

A família, que reside no bairro São Nicolau, em Penha, não arca com os custos médicos, mas sim com os custos de viagem e permanência, arrecadados por meio de campanhas e rifas. “Os médicos são fundamentais, mas sem a colaboração e a generosidade das pessoas não teríamos conseguido fazer tudo o que já fizemos por ela”, reforça Daiana.

Nicolly tem uma baixa visão que não é funcional segundo a medicina e pode vir a perdê-la totalmente, o que resulta no laudo de cegueira. “Essa visão não é específica para que ela possa ler, então ela deve ser orientada em Braille” explica Daiana.

REDAÇÃO, JORNAL DO COMÉRCIO
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