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domingo 25 de maio de 2025


ONG de Proteção aos Animais em Barra Velha pede ajuda

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 Por traz de um mundo de abandono e crueldade nas ruas, os cães abandonados vêm sendo atendidos com esforço e carinho pela Associação de Proteção aos Animais de Barra Velha (Asprabave), que depois de mais de cinco anos de trabalhos, hoje está reorganizando suas ações para construir canis padronizados e garantir a saúde aos cachorros até sua adoção. A entidade enfrenta dificuldades financeiras pelo aumento no número de casos de animais deixados por seus donos próximos a sua sede em Medeiros, onde são cuidados, diariamente, 200 cães.

“Hoje não podemos receber mais cachorros. Pedimos publicamente às pessoas que não abandonem seus animais e não os deixem próximos do sítio da associação porque nossa estrutura não comporta seguir atendendo mais animais e a assistência alimentar e de saúde pode ficar comprometida”, explicou a coordenadora da Asprabave, Sirlei Rosa. A Organização Não Governamental divulgou através das redes sociais esta semana um pedido público para a doação de rações de qualquer tipo, além de arroz, fubá, carnes e ossos.

“Precisamos também de panelas grandes (aquelas de caldo de peixe ou de restaurante), potes para água(garrafas vazias de água mineral a partir de 5 litros servem bem, potesde sorvetes, baldinhos, carpetes, mantas e panos, e medicamentos VET (todos). Como estamos providenciando o  projeto de construção de novos canis, são bem-vindos tijolos e blocos, cimento e cal, telhas/eternit, madeiras e compensados, pallets e material elétrico e hidráulico, tanques e britas”, informou Jean Carlo Rosa, membro da ONG.

A nova página do facebook da associação tem por objetivo informar à comunidade da situação do sítio, divulgar os animais que estarão disponíveis para doação, e criar uma rede de ajuda solidária. “Queremos conscientizar aos moradores sobreo problema de não cuidar direito dos seus animais. Vamos a ministrar palestras para as crianças para que no dia de amanhã os casos de abandono diminuam. Hoje muitas famílias compram um cachorro para satisfazer o pedido de um filho, mas depois não há compromisso de cuidá-lo. Se o animal morde, late muito ou fica velho acaba sendo descartado, como hoje vemos nas ruas”, denuncia Jean, que é advogado e também membro da Associação Protetora dos Animais de Blumenau.

Embora a entidade já receba ajuda financeira da prefeitura municipal, do Fórum e de alguns comerciantes, o valor do repasse mal consegue cobrir 10% das despesas do cuidado destes animais. “Nosso maior gasto é com a ração. Aqui é consumida uma tonelada de ração por mês e o que recebemos de doações e repasses serve para alimentar os animais uma vez por dia durante nove dias. Precisamos de qualquer tipo de ração, ossos, fubá e arroz. Com o alimento eu consigo que os caseiros do sítio possam dedicar mais tempo à limpeza do local e reforma das baias”, informou Sirlei, que com 64 anos de idade, cuida dos animais desde criança e sempre se mostrou solidária com os que mais necessitavam.

O município repassa à ONG o valor de R$ 1mil mensais e alguns supermercados ajudam com ossos. O resto das despesas são pagas com dinheiro próprio de Sirlei e de outra grande batalhadora pelos direito dos animais, Tânia Schaykowski, que hoje por motivos familiares está morando em Curitiba e ainda colabora com a associação. Inicialmente moradora do Centro de Barra Velha, Sirlei assistia aos animais que tinha condições para que tivessem uma vida menos sofrida nas ruas.

“Sempre teve muita compaixão pelos que sofrem. Cuidava deles fora de casa, levava para um lugar onde pudesse dar tratamento neles e assim começaram a ir atrás de mim depois. Acabei levando alguns para casa. Mais tarde decidi comprar o sítio, que já era um desejo antigo. Hoje passo 24 horas aqui. Eu gosto. Faço por amor a Deus. Tudo é criação dele, contou Sirlei, que pessoalmente verifica o estadode cada um dos bichinhos. Entre as necessidades do canil, está o apoio de um médico veterinário que possa visitar o sítio, já que é impossível para a entidade transportar os animais até a consulta.

Outra das dificuldades da Asprabave é com o recolhimento do lixo. A empresa Recicle não está recolhendo as fezes acondicionadas em sacolas de plástico que são deixadas para coleta domiciliar. Diante da situação, a ONG avalia apresentar uma denúncia judicial no Fórum, já que em Piçarras houve uma situação semelhante e a Justiça se pronunciou contra a concessionária do serviço de coleta de lixo.

A doação de animais através da associação será um objetivo em médio prazo, que depende de questões de organização e sanitárias. De acordo com Jean, no sítio existem 89 fêmeas que devem ser castradas. “Antes da adoção queremos entregar os animais em perfeitas condições de saúde e castrados e a partir de isto iniciar um programa de adoção responsável, onde o novo dono do animal realmente cuide”, enfatizou Jean.

Os interessados em colaborar podem entrar em contato com a Asprabave através do telefone (47)9102-3844 (com Jean), também por e-mail para [email protected] ainda pelo facebook. A entidade informou que possui veículo e caminhão a disposição para recolher os donativos.

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