Na manhã desta quinta-feira, 4, uma caravana de aproximadamente 60 ônibus de empresas de turismo de Santa Catarina seguiu até a capital do estado para protestar contra a decisão do governador Carlos Moisés de suspender os serviços do segmento até o dia 2 de agosto. Na próxima segunda-feira, 8, um novo protesto deve rumar até a frente do parque Beto Carrero World, cuja atividade segue suspensa até dia 5 de julho. no intuito de pressionar o Governo do Estado.
“É incompreensível aos empresários do transporte turístico e fretamento de Santa Catarina a decisão do governo estadual de estender a suspensão dos serviços até 2 de agosto. Principalmente devido à liberação do transporte coletivo urbano, a partir de 8 de junho, além de os aeroportos estarem abertos ao recebimento de voos, por exemplo. As empresas que operam no segmento possuem toda a capacidade de realizar suas viagens com os protocolos de segurança estabelecidos em vários países, em conformidade com a OMS e sem prejuízo à saúde dos colaboradores e dos usuários”, afirma a Associação das Empresas de Transporte Turístico e Fretamento de Santa Catarina (AETTUSC), em nota oficial.
Segundo o novo decreto do governado, o transporte coletivo interestadual público ou privado e de veículos de fretamento vindos de outros estados seguem suspensos até dia 2 de agosto de 2020, exceto casos expressamente autorizados pela Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade. “A circulação de pessoas é fator preponderante no sucesso ou não do enfrentamento à Covid-19. Manter a suspensão é uma medida para garantir menor circulação de pessoas de outros estados em Santa Catarina e essa decisão foi tomada com base em análises realizadas pela saúde e pelo Governo do Estado. Pois, neste momento, a vinda de pessoas de outros estados pode potencializar o fator de risco de contaminação”, avalia o secretário estadual da Infraestrutura, Thiago Vieira.
Apesar da proibição por terra, as viagens de avião seguem avalizadas -fato questionado pela categoria. “A Aettusc considera inconcebível priorizar aqueles com maior poder aquisitivo – que podem viajar de avião, meio de transporte sem restrições de número de passageiros – enquanto os menos afortunados ficam privados de deslocamento. Sem esta óbvia e necessária isonomia, temos um resultado devastador, visto que as empresas de turismo e fretamento representam 30 mil colaboradores e cerca de 150 mil dependentes impactados. A paciência acabou! Protestos já foram realizados em todas as regiões do estado diante deste disparate”.
O manifesto ganha clamor por conta das perdas econômicas que já afetam as empresas e funcionários. “Em nenhum lugar do mundo foi realizada uma suspensão por tão longo período no setor. São centenas de demissões, empresas falindo – muitas delas familiares – e um colapso completo. Enquanto isso, diversas outras operam na ilegalidade, diante da inoperância do Executivo estadual, que faz ‘vista grossa’ à concorrência desleal. Quem é punido com esta decisão é justamente o empresário que age dentro da lei, paga seus impostos e contribui para o desenvolvimento de Santa Catarina. Por isso, a entidade está acionando judicialmente o governo estadual para o ressarcimento pelos prejuízos causados por esta atitude irresponsável”, encerra a nota.