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sábado 14 de setembro de 2024


Professores cruzam os braços na EEB Alexandre

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A greve dos professores da rede estadual está mantida. Agora, após uma semana sem acordo com o Governo do Estado, os educadores da Escola de Educação Básica Alexandre Guilherme Figueredo largaram o giz e cruzaram os braços até que um acordo seja estabelecido. As aulas estão paralisadas desde quinta-feira, 19. As aulas na EEB Adolfo Cabral seguem normalmente.
“Somos sabedores dos prejuízos de uma greve. No entanto, não podemos pactuar com um Governo que despreza os profissionais da Educação e não cumpre a Lei”, explica o professor da escola, Originaldo Vitti, sobre o motivo de manter a paralisação. Os professores da maior escola de Balneário Piçarras participaram de uma manifestação em Itajaí.
Contudo, a paralisação pode terminar já nesta segunda-feira, 23, quando uma nova rodada de negociações será realizada. Caso professores e Governo do Estado cheguem a um acordo salarial, as aulas retornarão. “Não vamos ceder. Agora que a greve começou só iremos voltar ao trabalho com a promessa de pagamento do piso”, garante Vitti.
Em Balneário Piçarras, a greve começou na mística sexta-feira,13, quando até o último dia 19, as aulas vinham acontecendo até o recreio, com duração de 30 minutos, cada. A luta da classe é pelo pagamento salarial do piso nacional, definido pelo Ministério da Educação (MEC), de R$ 1.187,14. Hoje, osprofessores catarinenses recebem, por 40 horas semanais, R$ 609,46.
Apesar do pedido da classe se restringir ao cumprimento salarial previsto no piso nacional, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte-SC) é mais ambicioso. A reivindicação sindical quer a aplicação do piso com um reajuste retroativo aos dois anos de sua criação, totalizando vencimentos mensais de R$ 1.597,87.
A classe também faz outras exigências ao Governo de Raimundo Colombo. Quer a aprovação do Plano Nacional de Educação, a realização de concurso público para ingresso no magistério, o fim do processo de municipalização do Ensino Fundamental, a suspensão do processo de terceirização da merenda, a aprovação da Lei do ACT, melhorias estruturais nas escolas da rede e valorização da escola pública, gratuita e de qualidade.
Esta é a segunda paralisação feita pelos professores este ano e a primeira greve desde 2008. A discussão ficou mais acirrada quando a lei do piso nacional foi aprovada e o Governo recorreu da decisão e entrou com uma ação de inconstitucionalidade.
De acordo com levantamento das 36 gerencias de Educação em todo o Estado de Santa Catarina, 34% dos professores aderiram à paralisação. Foram 8.639 professores que não deram aulas em 456 escolas, deixando cerca de 350 mil alunos sem aula.
 

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