Diante da falta do cumprimento de um aumento de 16% do salário base dos professores das escolas municipais, toda a classe docente que depende da Prefeitura poderá entrar em greve em breve, por tempo indeterminado. O anúncio foi feito na quinta-feira, 09, pela Associação dos Professores do Município de Barra Velha, que definiu a medida em reunião, diante da negativa de melhorar a remuneração de professores, diretores e trabalhadores das instituições de educação. Além da reivindicação salarial, os professores pedem a realização de um concurso público para contratação de docentes do Magistério e a aprovação do plano de salários que há mais de um ano aguarda ser concluído pela Secretaria de Educação.
O prefeito Samir Mattar vetou na semana passada o próprio projeto do Executivo que foi aprovado pela Câmara de Vereadores de 16% de aumento em duas vezes, contra o pedido de 25% de aumento dos professores municipais. O reajuste, que era esperado no salário de maio, acabou sendo adiado para o setor docente, o que motivou uma mobilização que poderá deixar sem aulas o restante dos alunos do município.
De acordo com o presidente da Associação, o professor Jossias Coutinho, há dois anos que as propostas da classe não são atendidas pela Prefeitura. “Os aumentos que aconteceram são forçados sempre na base da imposição, já que os pedidos da associação acabam não sendo atendidos. Desta vez o aumento proposto pela própria Prefeitura e aprovado pelos vereadores não foi cumprido, por causa da emenda introduzida pelos docentes. Vamos dar uma data para que o prefeito atenda as reivindicações da categoria ou centros de educação infantil, escolas básicas municipais e escolas do interior do município entrarão em greve”, afirmou o presidente.
Há duas semanas, a associação dos docentes tinha pedido à Prefeitura um aumento de 25% do salário base, que passaria para R$ 1.228, para que fosse evitado um achatamento dos salários dos professores de níveis maiores. O salário base dos docentes corresponde para a carreira de magistério, que pode ingressar com capacitação de Ensino Médio. Para a associação, nem com o projeto de 16% de aumento os professores estavam sendo reconhecidos. “Temos professores com formação universitária, com mestrado, que investem no aperfeiçoamento acadêmico que somente iriam receber 10% de aumento em relação ao aumento do salário de docentes com menos capacitação. O projeto que a Prefeitura apresentou também não envolvia os diretores, trabalhadores das secretarias escolares, merendeiras e serventes, que são de importância para o funcionamento das instituições educativas”, declarou Jossias.
A emenda dos professores no aumento do Executivo incluía a todos os funcionários que recebem através do Fundo Nacional da Educação Básica (Fundeb), porém a proposta da Administração incluía somente a professores e especialistas.
Foto por: Ezequiel Díaz Savino