O Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia (Ciram), setor ligado à Epagri, faz um precioso alerta aos banhistas: é no verão que as águas-vivas se reproduzem. Com isso, o risco de aparecimento dos venenosos seres marinhos é mais eminente e todo cuidado deve ser tomado para evitar um contato direto.
De acordo com o Ciram, as águas-vivas se reproduzem entre os meses de dezembro a fevereiro, justamente com o movimento das praias é maior. “Os banhistas devem se manter atentos e evitar tocar as águas vivas, mesmo àquelas que estão mortas na areia, pois as células urticantes ainda podem injetar as toxinas”, orienta Carlos Eduardo Araújo, Oceanógrafo do Ciram.
Apesar do alerta do Ciram, o Capitão do Corpo de Bombeiros Militares, Fabiano Bastos, revela que ainda não houve registros de banhistas que tenham sido ‘queimados’ por uma água viva. O poder urticante destas toxinas varia conforme a espécie de medusa mas também conforme a sensibilidade das pessoas. Portanto, dependendo da pessoa, uma mesma espécie de água marinha pode provocar desde uma leve irritação na pele até queimaduras bem dolorosas.
Além do período natural de reprodução, no entanto, as águas-vivas podem produzir um fenômeno conhecido como “enxamenamento”, no qual os animais aglomeram-se rapidamente e em grandes quantidades que podem alcançar milhares de indivíduos. Suspeita-se ainda que a diminuição da qualidade do ambiente marinho, provocada pela poluição, o aumento da exploração de recursos naturais e da temperatura global, estejam contribuindo para o acréscimo mundial do número de medusas (águas-vivas) na última década.
As águas-vivas possuem baixa mobilidade e vivem à deriva nas correntes marinhas. Ao se aproximarem da praia ficam à deriva das ondas e correntes litorâneas. Portanto, ao contrário de predadores como o tubarão e as barracudas, elas não atacam ou perseguem as pessoas como muitos acreditam.
Ciram pede atenção com as águas-vivas
