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Piçarras
terça-feira 3 de junho de 2025


‘Ele realmente queria me matar pelo fato de eu ser gay’, afirma Anderson

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A Polícia Civil de Jaraguá do Sul abriu inquérito para investigar a agressão sofrida pelo piçarrense e chef de cozinha, Anderson Krahl – na madrugada do dia 3 de setembro. Segundo Anderson, que afirma ter sido vítima de homofobia, ele teria divergido com seu agressor dentro de um barzinho após uma pergunta sobre sexualidade. Na saída, o agressor o localizou, agredindo o chef de cozinha com uma série de socos.

O delegado regional, Fabiano Silveira, disse que ainda é precipitado realizar julgamento sobre o motivo da agressão, situação que será aludida assim que todos os envolvidos forem ouvidos na delegacia. “Todos serão ouvidos. A agressão é clara e a motivação será investigada”, garantiu, ao ND+. A advogada que representa Anderson, Nicole Sacht Goulart, adiantou que “vai ser tomado todos os procedimentos, tanto criminal, quanto civilmente”. O chef de cozinha estava em Jaraguá do Sul, participando de um evento.

“Foi uma pergunta boba que eu fiz a ele: você não é gay?”, disse Anderson, em entrevista ao grupo NSC. O homem teria respondido que “não”, complementando que homossexuais “são aberrações, são aberrações. Cuspiu assim na minha frente e veio meio para cima de mim”, recorda-se Anderson. Na saída do estabelecimento, ele conta que foi perseguido e intensamente agredido – ação que foi gravada.

“Ele pegou o carro, deu a volta na quadra, parou bem pertinho da gente, desceu e começou a me espancar muito”, acrescentou Anderson, em seu relato à equipe da NSC. Ele precisou de levar dois pontos no supercilio esquerdo e mais cinco na cabeça. “Ele dizia que queria me matar […] “Ele realmente queria me matar pelo fato de eu ser gay, pelo fato de eu estar ali, pelo fato de ele estar incomodado. Foi homofobia total”, reforçou.

Em seu facebook, Anderson reforçou ter a certeza de que foi vítima de homofobia. “Pessoal estão me questionando foi homofobia mesmo? Foi também além de covardia e mau caratismo. Uma pessoa violenta agressiva que me bateu de graça por raiva rancor sei lá não o conheço nunca o vi na vida. E porque me bater até quase me matar, o que justificaria?”, postou.

O suspeito de cometer a agressão, segundo a Polícia Civil, é advogado registrado na OAB/PR desde 2009 e com status ativo, Anderly Maykel Bell (43 anos). Ele não foi localizado para comentar o fato. Se for confirmado, o autor poderá responder também por lesões corporais e crime de racismo. Isso porque, em 2019, o STF (Supremo Tribunal Federal) equiparou homofobia à crime de racismo.

OAB/SC SE MANIFESTA

A OAB/SC, através da Comissão de Direito Homoafetivo e Gênero e, juntamente, com a Subsec?a?o de Jaraguá? do Sul lamentou o episódio de violência envolvendo dois frequentadores de um estabelecimento comercial de entretenimento noturno. “A OAB/SC e a Subsec?a?o estão diligenciando esforços junto a? delegacia para obtenção de informações sobre o caso e apurar possível crime de homofobia”.

REDAÇÃO, JORNAL DO COMÉRCIO
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