Ouça a matériaA Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) terminou os cálculos para as obras de implantação da terceira faixa na BR-101, entre Balneário Camboriú e Penha. Serão 46,6 quilômetros – somando os dois sentidos – a um custo de R$ 270 milhões. Somados a outros investimentos para melhorar a fluidez no trecho, o valor do pedágio subirá R$ 0,35.
Segundo a apresentação, recebida pelo senador catarinense, Esperidião Amin (Progressistas) – que compartilhou a planilha com o Jornal do Comércio – as obras de terceira faixa serão entre os quilômetros 106 (Penha) e 129,1 (Balneário Camboriú) ao Sul e do 129 (Balneário Camboriú) ao 105,5 (Penha) ao Norte.
O documento também revela outros R$ 22 milhões em vias laterais na região de Itajaí, reformulação viária de dois viadutos nos quilômetros 117 e 123 ao custo de R$ 20 milhões e uma nova ponte sobre o Rio Itajaí Açú por R$ 70 milhões – totalizando a soma de R$ 382 milhões. Não há data de início das obras.
“Região está com a qualidade de serviço muito abaixo e humanamente insuportável”
ESPIRIDÃO AMIM
Amim falou que a “região está com a qualidade de serviço muito abaixo e humanamente insuportável”. No relatório, a ANTT categoriza que “a BR-101/SC, trecho norte, frequentemente enfrenta desafios em relação à fluidez do tráfego, em razão do grande volume de tráfego de passeio e comercial na região. Para garantir a fluidez e segurança dos usuários, os referidos investimentos devem ocorrer de forma conjunta, em razão da interligação das obras, garantindo, assim, a eficiência operacional e otimização dos recursos”.
A apresentação vai ao encontro das intensas cobranças de políticos da região. Em outubro do ano passado, o prefeito de Penha, Aquiles da Costa (MDB), ingressou com ação civil pública contra a ANTT e Arteris Litoral Sul – justamente buscando a realização de obras que melhorem a fluidez do trânsito na região. Posteriormente, a Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí (Amfri) também ingressou com uma ação e a temática se unificou regionalmente no Ministério Público Federal (MPF), que terá nova audiência nos próximos dias.
“Nossa voz criou um coro”, afirma prefeito de Penha
O prefeito de Penha observou o cenário apresentado como positivo – apesar de considerar dificultoso o trajeto pelas marginais para quem busca chegar à região Sul. Porém, ele vê que da ação civil pública criou-se uma luta muito maior. “Hoje a gente vê que a nossa a voz criou um coro. São várias pessoas lutando, vereadores, lideranças, líderes regionais… Acho que a gente está mais perto de um acordo. Então eu gostei muito da proposta. A proposta de fazer a terceira via não impede a construção das marginais de Penha até Balneário Camboriú”, opinou.
“Acho que a gente está mais perto de um acordo. Então eu gostei muito da proposta. A proposta de fazer a terceira via não impede a construção das marginais de Penha até Balneário Camboriú”
AQUILES DA COSTA (MDB)
Na próxima audiência conciliatória na ação que transcorre no MPF, Aquiles irá questionar uma única situação revelada no projeto de custos: a ponte sobre o Rio Itajaí Açú. Para ele, realizar um trabalho paliativo nesse trecho pode impedir o futuro desenvolvimento de um projeto náutico de cabotagem.
“Eu vou questionar, mas, também não é algo que vai impedir o acordo. Mas, o que eu vou questionar, é que eles apresentaram no projeto principal a construção de uma superponte. O projeto prevê a demolição de uma ponte e a construção com uma de quatro vias – além do alinhamento dos pilares de sustentação, que hoje estão desalinhados e limitação a navegação. Impede um projeto de cabotagem da região do Alto Vale, que também desafogaria o trânsito”, finaliza Aquiles.
