“Blumenau, Santa Catarina e o Brasil estão de luto”. A frase é do juiz plantonista da Comarca de Blumenau e compõe a decisão que decretou a prisão preventiva do criminoso (25 anos) responsável pelo ataque ao Centro de Educação Infantil Cantinho Bom Pastor. O despacho foi noticiado pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) nesta quinta-feira, 6, logo após a audiência de custódia do acusado.
O processo transcorre sob sigilo, por conta da presença de menores nos autos. Durante a audiência, a prisão em flagrante foi convertida em preventiva – categorizando que o assassino de quatro crianças responderá pelo crime preso. O Ministério Público e da defesa do réu, representada pela Defensoria Pública, participaram a audiência de custódia, praxe em qualquer ato de prisão. O processo tramitará na 2ª Vara Criminal
“Na audiência de custódia não há um interrogatório acerca dos fatos. Ela tem a finalidade única e exclusiva de investigar em quais condições houve a situação de flagrante. É verificado se o conduzido teve respeitado os seus direitos, de integridade física e de acesso a informação, como ligação para advogado e para a família. Durante o ato não há questionamentos sobre os fatos que levaram à prisão e tampouco a oitiva das partes”, detalhou o TJSC, em nota oficial.
O magistrado considerou que a prisão preventiva se justifica à vista da necessidade de manutenção da ordem pública e da reta aplicação da lei penal. Neste momento, a Polícia Civil de Santa Catarina atua na perícia dos aparelhos eletrônicos do assassino e em sua residência, situação que embasara o inquérito e posterior denúncia.
Quatro crianças, de 3 a 7 anos, tiveram suas vidas precocemente ceifadas em um bárbaro crime na manhã desta quarta-feira, 5, em Blumenau. O autor dos crimes pulou o muro na unidade infantil e atacou as crianças com uma machadinha. Ele foi preso na sequência. O Delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel adiantou que ele será indiciado por quatro tentativas e quatro homicídios triplamente qualificados.
“O delegado Rodrigo Raitz vai presidente o inquérito policial que vai apurar todas as circunstâncias que indicarão desde a motivação, o planejamento e efetivação execução dessas circunstâncias”, afirmou Ulisses Gabriel. O Delegado-geral, no entanto, refutou que o crime tenha outras ramificações ou motivado por apostas virtuais.
“Isso foi um caso isolado. Situação de caso isolado. A entrevista prévia (com o detido) indicam um caso isolado, não tem relação com outras práticas criminosas e não é um fato coordenado – seja por jogo, seja por rede social, seja através de conversas ou negociações entre criminosos. Isso é importante nós salientarmos para evitar que notícias infundadas acabem sendo propaladas por toda Santa Catarina. Isso causa um sentimento de pânico”, categorizou.
Seguindo recomendações mais recentes de especialistas das áreas da psicologia e de investigação criminal, o Jornal do Comércio deixará de publicar o nome de autores de massacres. A decisão tem por objetivo evitar a visibilidade do agressor, situação essa que pode estimular outros crimes. Análises técnicas revelam que pessoas com esse perfil buscam notoriedade midiática.
