O ciclone extratropical que se formou nas primeiras horas desta quarta-feira, 12, na região oeste do Sul do Brasil chega ao litoral no período da noite. Segundo o portal especializado em climatologia, o MetSul Meteorologia, toda costa catarinense terá chuva torrencial e ventania que pode ultrapassar os 100 km/h.
A equipe de meteorologistas do portal pontua que Santa Catarina sofrerá os maiores efeitos do ciclone juntamente com o Rio Grande do Sul. A previsão é de “rajadas de 70 km/h a 90 km/h em quase toda a costa, mas que devem atingir de 100 km/h a 120 km/h, e isoladamente até mais, em pontos do litoral”, frisa o site. O pico será entre a madrugada de quarta-feira, 12, e manhã de quinta-feira, 13.
Os efeitos mais intensos do ciclone extratropical serão especialmente no Sul do Estado. Contudo, o MetSul pontua que a intensidade do ciclone também terá reflexos no Leste do Paraná e mesmo São Paulo e Rio de Janeiro – primeiro com forte ventania quente do quadrante Norte e depois o ingresso de ar mais frio acompanhada de rajadas de vento.
O MetSul explica ainda que “o vento de um ciclone é muito diferente do vento de um temporal. Normalmente, temporais, como os de verão, trazem vento forte a intenso durante segundos ou minutos, mas que pode ser em alguns casos violento e causar danos. No ciclone, ao contrário, as rajadas fortes a muito intensas sopram por várias horas seguidas. O vento sopra muito forte, diminui, volta a ser bastante intenso, diminuiu novamente, e assim segue por horas”.
RISCO DE RESSACA
A Defesa Civil de Santa Catarina cita que nesta quinta e sexta-feira (13 e 14), a atuação do ciclone extratropical entre a costa de SC e do RS deixa o mar grosso e com condições para ressaca no Litoral Sul. As ondas variam com direção sul e sudeste e devem ultrapassar os 3 metros, com picos entre 3,5 metros e 4,5 metros. Nas áreas da Grande Florianópolis as ondas variam entre 2,5m e 3m. O risco é moderado a alto para ocorrências associadas à agitação marítima e ressaca. Já no Baixo Vale do Itajaí e Litoral Norte, não há risco de ressaca.
COMO ELE SE FORMOU?
O ciclone se formou “pelo encontro de duas massas de ar: uma quente e uma fria. Ar mais frio vai avançar pelo Norte da Argentina com uma alta pressão de trajetória continental e o contraste vai aprofundar um centro de baixa pressão sobre o Rio Grande do Sul a partir desta quarta”, explica a equipe MetSul.
Ciclones extratropicais são um fenômeno absolutamente comum no Sul do país e ocorrem em todos os anos. O período do inverno e da primavera marca a maior frequência deste tipo de fenômeno por conta do maior contraste térmico entre ar quente e frio nas latitudes médias do continente.