19.5 C
Piçarras
quarta-feira 11 de setembro de 2024


El Niño: Primeiro trimestre deve ter chuva abaixo da média e calor excessivo

Foto, Ricardo Wolffenbüttel
Ouça a Matéria

O monitoramento da Secretaria de Proteção e Defesa Civil aponta que o fenômeno El Niño deve seguir atuante e influenciando a região Sul do Brasil ao longo de todo o verão. Janeiro, fevereiro e março devem ter um período em que as chuvas vão ficar dentro ou até abaixo da média a depender da região do estado. Já as temperaturas devem ficar acima da média para todo o trimestre.

“A partir de março, abril a gente começa a entrar já na estação do outono. É esperado que algumas frentes frias, algumas massas de ar frio comecem a ingressar e a influenciar o tempo aqui no nosso estado. A partir desse período já é normal que tenhamos uma diminuição das temperaturas com relação aos meses anteriores e partindo pro outono e pro inverno com as massas de ar ficando inclusive mais frequentes”, explica o meteorologista-chefe da Secretaria, Felipe Theodorovitz

Ele explica que o El Niño e a La Niña são fenômenos de escala global que trazem algum tipo de impacto para todas as regiões do globo terrestre. Isso mexe com padrões de temperatura e de chuvas. O El Niño age tornando as águas do Oceano Pacífico Equatorial mais aquecidas e também altera o padrão de circulação dos ventos na atmosfera.

“Já na La Niña ocorre justamente o contrário: as águas do Oceano Pacífico Equatorial ficam mais resfriadas do que o normal e esse resfriamento também altera o padrão de circulação do dos ventos na atmosfera. E aqui em Santa Catarina, a tendência é que a gente tenha uma frequência menor das chuvas e também a intensidade desses volumes tendem a diminuir”, explica Theodorovitz, lembrando que isso não significa que as chuvas não ocorram, mas representa períodos mais prolongados de estiagem.

Nos últimos anos foi justamente isso que aconteceu. Entre 2019 e o início de 2023 houve uma influência de uma La Niña que acabou favorecendo um período prolongado de estiagem, principalmente no grande Oeste Catarinense.] “E já ao longo do ano de 2023 nós passamos por um período de transição em que as águas do Oceano Pacifico Equatorial voltaram ao período de neutralidade, voltaram ao normal. E a partir do mês de junho, julho, os oceanos voltaram a ficar mais aquecidos e a influência aqui pra região Sul do Brasil e Santa Catarina começou a ser sentida já no segundo semestre de 2023. Não por acaso, no mês de outubro e novembro nós tivemos grandes volumes de chuva sendo observados durante um período prolongado de quase dois meses de chuvas, bastante volumosas e frequentes no nosso estado”, finalizou o meteorologista.

REDAÇÃO, JORNAL DO COMÉRCIO
REDAÇÃO, JORNAL DO COMÉRCIO
Desde 1989 informando a comunidade. Edição impressa semanal sempre aos sábados.

Confira também
as seguintes matérias recomendads para você