Aos 82 anos de idade, o artesão piçarrense, Antônio da Costa Filho, anunciou sua aposentadoria do munda das artes. Apesar de a mente borbulhar inspiração, o corpo já não suporta mais a labuta de horas dedicadas a produção de peças. “Resolvi encerrar. Não consigo mais ficar em pé”, confirmou o simpático morador do bairro Nossa Senhora da Paz.
Após cinquenta anos produzindo, Seu Antônio perdeu as contas de quantos quadros, peças e esculturas produziu. Agora, começa a se desfazer dos equipamentos que por anos foram utilizados a dor forma à súbita inspiração que floreava sua mente. “Apenas falei para mim mesmo: acabou. Não tenho mais condições de locomoção. Estou me desfazendo de tudo”, reforçou.
“Apenas falei para mim mesmo: acabou. Não tenho mais condições de locomoção. Estou me desfazendo de tudo”
SEU ANTÔNIO
FOTO, FELIPE FRANCO / JC
Seu Antônio vem realizando um tratamento médico em busca de maior vigor nas pernas – situação que, neste momento, o impedem de permanecer de pé por muito tempo. Como bom artista, mantém uma chama acessa. “Se as pernas melhorarem, quem sabe eu possa pintar algo para ocupar a mente”, acrescentou o artista, que ao longo das décadas produziu peças de acordo com as próprias vivências.
“A inspiração surgia de acordo com aquilo que eu vivia. Era nesses momentos que eu imaginava aquilo que iria desenhar, criar”, explica Antônio. Por diversas vezes suas criações foram expostas no Centro Cultural Luiz Telles. “Centenas das minhas criações estão espalhadas pelo estado, muitas vendidas, mas também muitas doadas – como meu coração mandava”, recordou.
Seu Antônio também atuou como professor de artes nas oficinas da Fundação Municipal de Cultura de Balneário Piçarras. “Tenho muita gratidão pela equipe da Fundação que sempre me abriu as portas e valorizou os artistas locais. Meu eterno agradecimento”, encerrou.
