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sexta-feira 2 de maio de 2025


18 de maio: a luta contra o abuso sexual infantil não pode parar

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A Prefeitura de Balneário Piçarras, por meio da Secretaria de Assistência Social, deu início à sua campanha de conscientização para o mês de maio, com foco no próximo dia 18 – Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Com o tema “Faça Bonito – Proteja nossas crianças e adolescentes”, a iniciativa busca sensibilizar a população sobre a importância da denúncia e da prevenção.

A campanha conta com o apoio da Rede ECPAT Brasil e é uma realização do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, integrando ações em todo o país voltadas à proteção dos direitos infantojuvenis.

No Brasil, o 18 de maio é oficialmente o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, uma data que representa um importante marco na luta pela proteção dos direitos infantojuvenis. A data foi instituída pela Lei Federal nº 9.970, de 2000, como forma de sensibilizar, informar e mobilizar toda a sociedade para o enfrentamento dessa grave violação de direitos humanos.

A origem da data: o caso Araceli
A escolha do dia 18 de maio não foi aleatória. Ela remete a um dos crimes mais chocantes da história recente do país: o assassinato de Araceli Cabrera Sánchez Crespo, uma menina de apenas 8 anos de idade. Em 18 de maio de 1973, Araceli foi sequestrada, drogada, estuprada e brutalmente assassinada em Vitória, no Espírito Santo. O crime, cometido por jovens de classe média alta, teve ampla repercussão nacional, mas os acusados nunca foram condenados, o que gerou ainda mais revolta e impulsionou o movimento por justiça e proteção das crianças.

Foram necessárias quase três décadas para que a tragédia ganhasse um reconhecimento institucional, culminando na criação da data por meio da mobilização de movimentos sociais, organizações de defesa dos direitos da criança e adolescente e da sociedade civil.

Por que essa luta é tão importante?
O abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes são crimes silenciosos, muitas vezes cometidos no ambiente familiar ou por pessoas próximas das vítimas. Segundo dados do Disque 100 (canal oficial de denúncias), milhares de casos são registrados anualmente, mas especialistas alertam que os números reais são ainda maiores, devido à subnotificação e ao medo de denunciar.
Esses crimes causam danos profundos e duradouros, afetando o desenvolvimento físico, emocional e psicológico da vítima. Além disso, perpetuam ciclos de violência e violação de direitos que podem durar por toda a vida.

A diferença entre abuso e exploração
É importante compreender que abuso sexual envolve qualquer relação de poder em que uma criança ou adolescente é utilizado para gratificação sexual de um adulto, com ou sem contato físico. Já a exploração sexual está ligada ao lucro — como no caso de prostituição infantil, pornografia e tráfico de menores para fins sexuais.
Ambos os crimes são puníveis por lei e exigem ações urgentes e integradas por parte do Estado, da família e da sociedade.

O que representa o símbolo da campanha: a flor amarela
A flor amarela, com traços infantis, é o símbolo oficial da campanha “Faça Bonito”, promovida nacionalmente todos os anos no mês de maio. A flor remete ao desabrochar da infância e à necessidade de cuidado e proteção. Ela também simboliza a esperança de um futuro mais seguro e digno para meninos e meninas de todo o país.

A campanha utiliza o lema: “Proteja nossas crianças e adolescentes. É dever de todos.”

Como participar e ajudar?
Todos nós podemos contribuir para o combate ao abuso e à exploração sexual infantojuvenil. Veja algumas atitudes que fazem a diferença:
• Esteja atento aos sinais: mudanças bruscas de comportamento, medo, isolamento, agressividade ou regressão de atitudes (como voltar a urinar na cama) podem ser indicativos de abuso.
• Converse abertamente com as crianças, ensinando sobre o respeito ao corpo, a importância do “não” e incentivando a confiança para contar qualquer situação estranha.
• Denuncie sempre que houver suspeita:
– Disque 100 (gratuito, sigiloso e anônimo)
– Delegacias e Conselhos Tutelares também podem ser acionados

Um compromisso que deve ser diário
O 18 de maio não é apenas uma data no calendário — é um chamado à ação constante. A proteção das nossas crianças e adolescentes não pode esperar. Precisamos fortalecer redes de apoio, criar ambientes seguros, exigir políticas públicas eficazes e, acima de tudo, romper o silêncio que muitas vezes protege o agressor. Lembre-se: proteger a infância é garantir o futuro. Faça bonito. Proteja nossas crianças e adolescentes.

REDAÇÃO, JORNAL DO COMÉRCIO
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