Em uma eleição com cinco candidatos, Douglas Elias da Costa (PL) venceu com autoridade em Barra Velha. Com um total de 6.041 votos (36,09%), 1.675 de vantagem sobre o segundo colocado, o atual prefeito Valter Zimmermann (DEM), Douglas sabe que não tem a maioria popular ao seu lado e por isso promete um choque de gestão para cravar positivamente o seu nome na história administrativa de Barra Velha. Ele resume sua vitória como o resultado de um trabalho estratégico iniciado quatro anos atrás. “Eu serei um funcionário do povo”, crava.
“Tudo que falei na campanha eu vou fazer. Nosso Plano de Governo é enxuto porque só prometi aquilo que poderei fazer. Nós vamos executar ele e com o enxugamento da máquina, dado a pequena coligação, conseguirei fazer mais obras do que as já estão no Plano”, adianta o novo prefeito, que tomará posse em janeiro. A criação de um Conselho Administrativo, concluir as atuais obras, periciar suas execuções, limpar a cidade e bloquear o pagamento de notas fiscais acima dos R$ 5 mil – para avaliação do objeto – serão suas primeiras ações.
Douglas deixou claro que quer a realização de um processo de transição, mas adiantou que seu vice-prefeito, Eduardo Peres (PL), o Tainha, é quem será o responsável. “O Tainha é quem vai cuidar do processo de transição. Ele e o nosso setor jurídico irão cuidar dessa questão. Eu não quero ter contato com o atual prefeito. Imagino que pegaremos um problemão para administrar. São muitos financiamentos via Caixa Econômico Federal”, antecipa o candidato eleito.
Dentro dos próximos dez dias, Douglas deve anunciar sua equipe, principalmente o nome dos secretários – que serão “pessoas com vontade de trabalhar e com experiência na área, profissionais das áreas”. A única confirmação é na Saúde, pasta que terá atenção especial dentro de sua gestão. O vice-prefeito Tainha é quem ocupará a cadeira, recebendo apenas os vencimentos mensais do cargo eletivo.
Vereador de duas legislaturas (2009 a 2016) e candidato a prefeito derrotado e 2004 e 2016, Douglas disse que repensou sua vida política para tentar novamente a principal cadeira do Executivo. “Foi um desafio que começou lá na última eleição, em 2016, quando perdi. Eu tomei algumas decisões que foram determinantes para a vitória de agora. A primeira dela foi me mudar para o bairro Itajuba, a segunda foi desvincular meu nome do ex-prefeito Matias e a terceira decisão foi deixar o atual prefeito trabalhar”, recorda-se.
Agora eleito, Douglas pontua ainda que a discrição de suas estratégias de campanha e o enaltecimento da cidade deram sustentação à filosofia de uma nova política para a cidade. “Eu comecei a construir esse trabalho quatro anos atrás. Trabalhei muito nos bastidores, sem mídias sociais para não mostrar aos meus concorrentes políticos o que eu estava fazendo. Fui trabalhando e formando a minha equipe”, frisa. Na campanha, “eu sempre quis mostrar as coisas boas da cidade. Não utilizei dos erros do atual prefeito para fazer a minha campanha, eu preferi mostrar o outro lado e os meus projetos para o futuro da cidade. Seu eu falar mal da cidade, vou estar prejudicando Barra Velha, prejudicando o povo de Barra Velha, pois hoje a internet tem um poder de alcance incrível”, complementa.
Antes ao início da campanha, na fase de articulações e coligações, propostas tentaram o grupo a formar um grande bloco. Mas, Douglas se mostrou confiante no sucesso da preparação antecipada. “Tivemos a oportunidade de coligar com vários partidos. Propostas inclusive vantajosas, que bancariam financeiramente a campanha. Sabíamos que até seria uma campanha mais fácil de ganhar, mas nós negamos. Mantivemos apenas o PL e Republicanos, um grupo enxuto e que não deve favores a ninguém”. A união dos dois partidos, para Douglas, criaria “um problema para nós mesmos. Teríamos que lotear a Prefeitura e manter a velha política, algo que nós não praticaremos. Nossa gestão será séria, transparente e honesta, será um governo de muito trabalho”.
Douglas tem, em tese, o apoio de apenas dois vereadores na Câmara: Caio Pinheiro (PL) e Levi Freitas (Republicanos), fato que não o preocupa. Ele aposta no bom relacionamento que possui com partes dos eleitos para conseguir ter governabilidade. “Me sinto confortável com isso. Eu tenho amizade com muitos dos novos vereadores eleitos e sei que muitos deles ficaram felizes com a nossa vitória. Eu vejo que será bem tranquilo, pois serei muito parceiro da Câmara. Não serei um prefeito que vai mandar um vereador ficar quieto, muito pelo contrário, eu quero que eles me fiscalizem, me cobrem – apenas quero que não faltem com o respeito a minha pessoa”, finaliza.