Após registrar números negativos recordes em 2021, a equipe do Programa de Combate à Dengue de Balneário Piçarras contabilizou números alarmantes nos primeiros trinta dias deste novo ano: já foram localizados 104 focos larvários positivos do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da Dengue, Chikungunya e o Zika Virus.
“Nossa preocupação é muito grande. Toda a região está infestada e, mesmo após o período de frio, nossa cidade manteve uma crescente nos focos larvários do Aedes. Agora, com o calor e chuvas de verão, a situação tende a ficar ainda mais crítica”, alerta o coordenador local do Programa, André Ladewig, pedindo o apoio da população nas medidas preventivas.
Se a média de janeiro se mantiver nos próximos meses, Balneário Piçarras deve ultrapassar o número registrado no ano passado, quando a equipe de agentes endêmicos contabilizou 973 focos larvários positivos. Esse número, causaram a contaminação para dengue de 18 piçarrenses. Todos se recuperaram. Outros 12 pacientes locais contraíram a doença em cidades da região. Segundo Ladewig, ainda não há registro da doença este ano.
A situação mais crítica está nos bairros do Centro, Nossa Senhora da Paz, Nossa Senhora da Conceição, Santo Antônio e Itacolomi, considerado pela equipe local como infestados pelo mosquito. Para a Vigilância Estadual, a categorização de infestação se dá para todo o município, numa situação que já se arrasta desde dezembro de 2019.
Essa classificação, aferida pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC), se deu em virtude de os agentes endêmicos também terem localizado, com frequência, focos do mosquito em residências situadas em um raio de 300 metros de armadilhas estratégicas do Programa. Desde então, Balneário Piçarras não conseguiu mais controlar a situação, mesmo decretando ações de enfrentando e promovendo mutirões de limpeza.
DIVE/SC CONFIRMA O PRIMEIRO ÓBITO POR DENGUE NO ESTADO EM 2022
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina confirma a morte de um homem, de 40 anos, residente no município de Criciúma, por dengue. O caso é considerado importado, já que a investigação epidemiológica evidenciou deslocamentos por municípios do estado de São Paulo.
O homem começou a manifestar os sintomas da doença no mês de dezembro do ano passado. Ao apresentar piora no quadro, foi internado, mas não resistiu e acabou morrendo em janeiro desse ano. O caso foi investigado pela Secretaria Municipal de Saúde de Criciúma, em conjunto com a Gerência Regional de Saúde e apoio da DIVE/SC.
No ano de 2021, o estado confirmou sete mortes por dengue, nos municípios de Joinville (05), Camboriú (01) e Florianópolis (01), sendo que todos foram casos autóctones, ou seja, contraídos dentro do estado.
“No ano de 2021 o Estado de Santa Catarina registrou o maior número de casos de dengue no acompanhamento da doença, desde o registro dos primeiros casos, que ocorreu no ano de 2011. Quatro municípios registraram transmissão em nível epidêmico e foram confirmados sete óbitos pela doença. Assim, é necessário que a população entenda que o mosquito Aedes aegypti está presente em muitos municípios catarinenses, reforçando as medidas de prevenção. A eliminação dos criadouros do mosquito, ou seja, locais com água parada, continuam sendo a melhor estratégia de prevenção” destaca o Diretor da DIVE/SC, João Augusto Brancher Fuck.
SINAIS E SINTOMAS DA DOENÇA
Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C) de início abrupto, que tem duração de dois a sete dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, a dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes.
As pessoas que apresentem os sintomas da doença devem procurar atendimento em um serviço de saúde. Da mesma forma, a rede de assistência precisa estar alerta para identificar essas suspeitas, realizando o manejo clínico conforme a indicação do fluxograma de classificação de risco e manejo dos pacientes. A condução oportuna dos casos suspeitos, permite evitar o agravamento do quadro e inclusive a evolução para o óbito.
ORIENTAÇÕES PARA EVITAR A PROLIFERAÇÃO DO AEDES AEGYPTI:
– evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usá-los, coloque areia até a borda;
– guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
– mantenha lixeiras tampadas;
– deixe os depósitos d’água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;
– plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;
– trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;
– mantenha ralos fechados e desentupidos;
– lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;
– retire a água acumulada em lajes;
– dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em banheiros pouco usados;
– mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;
– evite acumular entulho, pois ele pode se tornar local de foco do mosquito da dengue;
– denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde;
– caso apresente sintomas de dengue, chikungunya ou zika vírus, procure uma unidade de saúde para o atendimento.