A bomba relógio explodiu novamente. Desta vez, o Presídio Regional de Itajaí sofreu, no dia 25, o motim de diversos detentos, que atearam fogo nos colchões e mantiveram quatro carcereiros reféns. O motim resultou na fuga de oito presos, ainda foragidos. Entre os que escaparam estão os assaltantes Eleandro Darci da Silva, o “Mano”; Murilo Renato dos Santos; Alexandre Soares de Souza, o “Xande”; Fabiano dos Santos Leite, o “Colorau”; Anderson José de Souza, “Andi”; os homicidas e assaltantes Jeison Fernando Ramos; Ivan Carlos dos Santos e o estelionatário e assaltante Isiomar Rosa. Na fuga, Adilson Ribeiro dos Santos foi baleado de raspão na altura da cabeça, e Nelvi Gomes, intoxicado com fumaça, foram internados no Hospital Marieta . A polícia já abriu inquérito para investigar a procedência das armas usadas pelos detentos que fugiram do Presídio. O diretor da instituição, Maurílio Antônio da Silva, quer apurar se algum funcionário facilitou a entrada dessas armas. Segundo o diretor do Departamento Estadual de Administração Penal (Deap), delegado Roberto Schweitzer, a polícia está desconfiada de que a arma usada por detentos durante a fuga poderia estar no interior da unidade prisional há mais de três meses. Segundo ele, quando a informação foi repassada ao Deap, equipes efetuaram duas buscas, mas a suposta arma e esconderijo não foram encontrados. O delegado adiantou que a peça chave das investigações será a entrada da arma no presídio, que segundo as denúncias teria ocorrido em data anterior a atual administração. Esta é a segunda fuga neste ano. Na primeira, em maio, apenas um preso conseguiu fugir pela porta da frente. As fugas e rebeliões no Presídio Regional de Itajaí não são de estranhar. O local tem capacidade para no máximo 144 presos, mas abriga quase o triplo. No final de agosto, o Ministério Público de Santa Catarina já havia instaurado inquérito civil para apurar as condições físicas e administrativas do Presídio Regional de Itajaí, a situação dos presos e denúncias de irregularidades, envolvendo, inclusive, funcionários da instituição prisional.