A Fundação de Meio Ambiente do Estado (Fatma) autorizou a construção de dois molhes de pedra no trecho inicial da barra da Praia da Península com o objetivo de proteger as áreas turísticas que estão sendo desenvolvidas na boca da barra do Rio Itapocú. A implantação desta estrutura permitiria frear o processo de erosão marinha que está provocando a interdição do único acesso à principal obra da Prefeitura Municipal, fruto de constantes ressacas.
A obra terá um custo de R$ 260 mil e de acordo com o secretário de Negócios Jurídicos da Prefeitura, Eurides dos Santos, a construção seria financiada através de uma parceria com os moradores da barra, por onde passa a Rua Armando Petrelli. A proposta seria que os moradores custeiem o volume de pedras necessário para a obra e de acordo com a decisão o trabalho já seria colocado para licitação.
A Fatma liberou o licenciamento ambiental para esta obra que prevê a construção de um molhe de 50 metros de extensão e outro de 30 metros para conseguir a acumular de areia ao longo da barra, por onde passa a Rua Armando Petrelli. A primeira obra para tentar reverter o processo erosivo foi a construção de um molhe frente ao Hotel Bela Vista na década dos anos ´90. A obra foi executada pelo então prefeito João Luzia Duarte Ribeiro. Naquela época a distância solicitada pelo projeto não foi concluída e a solução foi parcial.
Hoje, de acordo com José Cardozo, gerente de Desenvolvimento Ambiental da Fatma, a autorização ambiental número 001/GELUR/2010, corresponde à construção de espigões a 300m e a 600m do molhe construído em frente ao Bela Vista. Eles deverão ter rampas de acesso, largura de 15m e um volume de pedras de 1.800m³ no primeiro e 1.080 no segundo.
A Fatma reconhece na autorização que o avanço do mar pode comprometer seriamente outras obras civis existentes, se medidas corretivas não forem aplicadas corretamente, e que Barra Velha já sofreu perdas ambientais e materiais em função das ressacas, com situações de emergência decretadas e manifestação da Defesa Civil em várias ocasiões.
O estudo ambiental dos dois molhes, contratado pela Prefeitura e concluído em julho deste ano, foi aprovado pela Fundação do Meio Ambiente de Barra Velha (Fundema). E este projeto, segundo o documento, não é de significativo impacto ambiental, além de ser “fundamental para o alargamento da praia e controle dos processos erosivos”.
Na semana passada, com recursos da Defesa Civil do Estado, a Prefeitura de Barra Velha reconstruiu a pista da rua Armando Petrelli, entre o mar e a lagoa. De abril deste ano até agora, pelo menos três grandes ressacas ligaram o mar com a lagoa, isolando a comunidade local e impedindo outra obra que acontece no final da rua: a fixação da desembocadura do Rio Itapocu, obra reiniciada na quarta-feira, dia 22 de setembro.
Foto por: Ezequiel Díaz Savino