Parada desde o mês de junho em função das chuvas periódicas que interditaram o caminho até o canteiro de obras em várias oportunidades, os trabalhos de fixação e dragagem da boca da barra do Rio Itapocú ainda aguardam para serem reiniciadas. A obra está a poucos meses de fazer três anos de história. O prefeito Samir Mattar havia garantido, durante a visita de uma analista do Ministério da Integração Nacional, que após a conclusão do primeiro mole seria rapidamente iniciado o segundo, porém há quase dois meses que nenhuma obra é feita no local.
De acordo com o Secretário de Desenvolvimento e Procurador Jurídico da Prefeitura, Eurides dos Santos, a obra está parada em função de empecilhos em Brasília. “Os licenciamentos estão corretos e temos empenhado o dinheiro para continuar com o segundo molhe, mas no Ministério estão falando que o dinheiro não está disponível”, explicou o procurador que garantiu que a obra será concluída. “É compromisso do prefeito. A obra vai ser finalizada”, assegurou Eurides.
A construção dos moles é o passo inicial para a fixação do canal da barra que permitirá maior fluxo de vazão de água do Itapocú. Para poder iniciar a dragagem do canal, será preciso iniciar em grande parte a construção do segundo mole.
A retomada da segunda etapa está sendo articulada pelo prefeito Samir juntamente com o engenheiro Wendel Carneiro de Araujo, da Secretaria Nacional de Defesa Civil em Brasília. A empresa responsável pelo serviço será a mesma que executou a primeira etapa – a Ballt Terraplenagem, de Balneário Piçarras.
Divergências
Numa oposição ao projeto atual, o morador do bairro Itajuba, Antônio Campesi, que trabalhou durante mais de 15 anos no serviço da Companhia Energética de São Paulo nas principais obras de usina hidroelétrica do Estado, acredita que a fixação dos moles não terá efeito para garantir a abertura da boca do Itapocú. Segundo o morador, que já trabalhou na execução de barragens, estudos de solo e geologia, o projeto feito pela então Secretaria de Desenvolvimento da Prefeitura tem 90% de chances de dar errado. “Os moles não precisariam ser tão extensos e deveriam ter um ângulo inclinado maior. Vão drenar o canal, porém estão esquecendo que onde o rio se encontra com a força do mar vai depositar sedimentos. Existe uma oscilação entre o nível do mar e da lagoa”, enfatizou Antônio, que considera a fixação da boca da barra como uma obra importante para o município, porém afirma que os sedimentos do rio e as marés acabarão fechando o canal permanentemente. O morador já trabalhou na construção das usinas hidroelétricas de Porto Primavera, Capivara, Taquarucu, e Rosana.
Para Eurides os trabalhos da Prefeitura estão corretos em função de estudos de batimetria e de impacto ambiental que asseguram a efetividade da obra.