Imóveis abandonados localizados em áreas urbanas representam um foco potencial para atividades ilegais no município. Andarilhos e viciados em drogas costumam utilizar estes locais como ponto de encontrou ou de parada e, ao mesmo tempo, aumentam o número de locais de risco de furtos, o principal crime praticado na cidade. O quiosque de Roberto Nazário, o popular Beto, localizado na Praia do Costão, transformou-se há poucos meses num refúgio de andarilhos. O prédio está embargado pelo Ibama, no entanto o proprietário entrou com um recurso de amparo contra a medida judicial e o caso ainda tramita na justiça. Enquanto o caso não avança, o quiosque fica cada vez mais comprometido na sua estrutura, com telhas quebradas, portas queimadas e arrombadas e vários moradores de rua que tomam conta do local. Sobre a calçada de cimento e dentro do quiosque há várias garrafas de vidro de cachaça quebradas.
Diante desta situação sem providências, a chegada do calor e a vinda de visitantes para as praias do município supõe uma situação contrastante entre uma das mais belas paisagens da cidade e um prédio totalmente abandonado onde convivem pessoas sem nenhuma condição de higiene.
Em sentido Sul pela Avenida Beira-mar, no bairro Tabuleiro, também existe um prédio abandonado em frente ao posto dos salva-vidas que reúne moradores de rua e viciados em crack.
Avaliação
De acordo com a Polícia Militar e a Polícia Civil o lugar é de risco e costuma ter consumidores de drogas de forma alternada. A proprietária do imóvel é uma idosa de Curitiba que não tem cuidado do imóvel. O responsável pelas investigações da área militar informou que foram feitas várias visitas, mas não foi possível prender ninguém em flagrante.
Questionado pelo JC diante do caso, o Major da PM, Hélio Cesar Puttkammer, informou na quarta-feira que seria feito um levantamento de casa abandonadas para poder tomar providências. “A PM tem desenvolvido ações preventivas para controlar e reprimir o consumo e tráfico de drogas, mas precisamos da cooperação dos moradores. É importante fazer denúncias”, disse o Major e acrescentou que seria de grande importância que a Prefeitura fiscalizasse os domicílios com pendências por tributação. “O imóvel fica ocioso e existe uma dívida com o município. Na própria Constituição Federal está determinado que o imóvel tem uma finalidade social e aqui não está sendo cumprida. Desde esse ponto poderia até caber uma pena de desapropriação”, encerrou Puttkammer.
Foto por: Ezequiel Díaz Savino