O Instituto Ressoar não informou o motivo da paralisação das obras de construção de 35 casas populares em Balneário Piçarras. A pedido do próprio instituto, a reportagem retornou a ligação na quarta-feira, 26, e o responsável pelo andamento das obras não estava disponível para atender. Outras quatro ligações, também feitas à sede em São Paulo, foram feitas sem sucesso.
Conforme reportagem do Jornal do Comércio, publicada na página 10 da edição 904, a obra está parada há quatro meses. “Tá tudo parado. Há quatro meses parei de pintar para ficar vigiando as casas. Se eu não tivesse aqui já estaria tudo invadido ou destruído”, alerta Neudson Fernandes de Araújo, contratado como pintor, mas atualmente é o vigia das casas.
Na semana retrasada, o Ressoar pediu para o JC retornasse a ligação na semana seguinte, sob alegação da ausência da pessoa responsável. Na quarta-feira a reportagem retomou o contato telefônico e foi informado o responsável encontrava-se em horário de almoço, às 16h. No dia seguinte, 27, estava em uma reunião e na sexta-feira, 28, estava ocupado e retornaria a ligação.
Sem uma resposta oficial do instituto responsável pela doação e construção das casas, diversas famílias aguardam o término da história morando em suas casas condenadas, já que muitas estão em área de risco. As casas da Ressoar foram doadas ao município para atender famílias que perderam os lares com as enchentes e 2008.
As casas de 36 metros quadrados (divididas em dois quartos, sala, cozinha e banheiro) estão sendo custeadas pelo Instituto Ressoar, através de um convênio com a Companhia de Habitação do Estado (Cohab) em 25 de outubro de 2009. A Prefeitura também rubricou o convênio e se comprometeu a doar o terreno, prepará-lo, fornecer saneamento e ligações elétricas, ações que cumpriu.
A Cohab se exime da responsabilidade sobre a paralisação das obras. A diretora de operações da Cohab, Leocádia Bonanomi, disse por meio de sua assessoria de imprensa, que é o Instituto Ressoar responsável pela contratação e pagamento das casas, já que é o doador oficial de cada unidade habitacional. “A agenda da obra, contratação e fiscalização são de responsabilidade da Ressoar”, informou. “Nós apenas selecionamos as famílias que seriam contempladas com as casas”, acrescentou. O Instituto ainda não se manifestou.
Foto por: Felipe Bieging