A jovem escritora barra-velhense Carla Dias Moreira, de 17 anos de idade, continua surpreendendo. Após chamar a atenção de sua escola e comunidade por elaborar seu primeiro romance, a moradora do bairro São Cristóvão, Barra Velha, encerrou a redação de sua segunda obra – o romance “Ainda é Cedo”, de 102 páginas. Ao contrário do seu romance de estreia, escrito de forma modesta e a caneta, em páginas de caderno universitário, a segunda obra foi digitada, graças ao computador que ela ganhou de uma empresa de informática de Balneário Piçarras, como prêmio pela sua criatividade.
Segundo Carla, a segunda obra é novamente baseada em uma letra de música – desta vez, a canção é “Pais e Filhos”, de Renato Russo, de onde Carla Moreira retira inspiração para desenvolver tanto a trama principal como as paralelas. Na redação de Carla, a pontuação, o estilo e o desenvolvimento da narrativa chamam atenção. Nas linhas, a trajetória da protagonista Clarisse e seus desafios juvenis para conquistar o coração de Felipe em tempos de MSN. Em meio ao romance, dezenas de referências à boa música – não só Renato Russo é citado, mas a história traz também referências à música internacional.
Carla Dias Moreira é uma estudante de família simples, moradora do bairro São Cristóvão e concluinte do terceiro ano do Ensino Médio da Escola de Educação Básica David Pedro Espindola. A menina, aluna “nota 10” da disciplina de Língua Portuguesa, divide seu tempo livre dos estudos com a escrita e com a convivência com as outras três irmãs. Desde o mês de setembro do ano passado, ela tem se dedicado à empreitada da literatura com afinco: elaborar as tramas e as situações paralelas de seus romances.
A primeira obra veio de referências italianas: Carla inspirou-se na música “La Solitudine”, da cantora italiana Laura Pausini, de onde ela desenvolveu o enredo central do livro. A jovem autora buscou a tradução da música na internet, e já com a letra em português, começou a escrever. O total do texto soma 216 páginas.
Até setembro, Carla não tinha condições para digitar o trabalho – ela escrevia nas páginas de caderno universitário – todo o trabalho era manuscrito. A personagem principal da obra de estreia, não por acaso chamada Laura, enfrenta percalços numa jornada entre a Itália e o Brasil, em busca do amor do jovem Marco – e enfrenta até mesmo o drama da violência sexual.
Carla ainda não tem ideia se haveria editora interessada em sua obra, e nem de quanto custaria editar seus livros. Na Escola de Educação Básica David Pedro Espindola, a diretora Rosina Borges Boeira e os demais professores, como a assessora Dinara Gretter, incentivam a vocação da jovem escritora. A direção colocou professores e técnicos de informática à disposição de Carla, para auxiliar a digitação do romance. Na escola, ela também tem acesso aos romances que mais gosta – Carla lê Machado de Assis, José de Alencar e Aloísio Azevedo, só para citar os clássicos.