A cena ainda está longe daquelas registradas até o ano de 1998, quando pedras substituam a areia da Praia Central de Balneário Piçarras. Contudo, a destruição de uma pequena parte do calçadão da Avenida José Temístocles de Macedo (Beira Mar) na última semana remete a como tudo aquilo começou. Com o avanço cada vez maior do mar, o Governo Municipal já reforçou o pedido de auxílio financeiro, junto ao Governo Federal, para realizar um novo engordamento da faixa de areia.
Na madrugada de terça-feira, dia 15, a força da maré destruiu parte do calçadão no centro da praia, precisamente na frente do Restaurante do Tampa e do Hotel Imperador. A queda do passeio é a consequência mais forte da erosão, que também já deixa a tubulação pluvial à mostra em outras partes da praia. A situação confirma a urgência de uma nova recuperação da orla.
Em viagem à Brasília – entre os dias 14 e 17 – o prefeito Umberto Luiz Teixeira (PP), acompanhado pelo presidente da Câmara Municipal, Oscar Pedroso (PMDB) e pelo vereador licenciado, Antônio João Pêra (PMDB), visitou os gabinetes do deputado Mauro Mariani e dos senadores Luiz Henrique da Silveira e Cassildo Maldaner. Durante cada conversa a comitiva frisou o pedido R$ 10,1 milhões a serem investidos na recuperação da praia. Em 2010, mais duas propostas foram protocoladas em dois programas diferentes do Fundo Nacional da Defesa Civil.
“Já havíamos protocolado outros três pedidos em 2009 e no ano passado. Agora, estamos contando com o apoio de nossos parlamentares para mais uma vez recuperarmos a nossa praia, que é base de sustentação da nossa economia” revela o prefeito, referindo-se ao apoio dos peemedebistas. A nova solicitação tramita em Brasília desde o dia 13 do mês passado e prevê a realização do aterro e a construção de dois molhes para contensão da corrente marítima, que, segundo o Governo, devem garantir mais estabilidade para a praia.
Para o prefeito, a ajuda do Governo Federal se faz necessário em virtude da falta de recursos no Fundo de Manutenção da Praia (Fumpra). Teixeira volta a tecer críticas ao alargamento emergencial realizado pelo Governo de Leonel Martins (PSDB). “Não contamos mais com o Fundo de Manutenção da Praia, o Fumpra, pois este dinheiro foi aplicado em 2008 numa obra mal dimensionada que não garantiu estabilidade sequer por dois anos”, afirmou por meio de sua assessoria de imprensa.
A cidade está em estado de emergência desde setembro do ano passado, quando a força do mar levou consigo o posto guarda vidas que existia no mesmo ponto atingido pela ressaca durante a madrugada desta terça-feira. Em janeiro deste ano, o estado de emergência foi prorrogado depois de outra investida do mar comprometer a faixa de areia da orla central.
Secretaria de Obras realiza obra emergencial
Enquanto a comitiva piçarrense atua em Brasília, os funcionários da Secretaria de Obras, Serviços Urbanos e Rurais (Semur) trabalham desde o início da semana para evitar que a erosão causada pela última ressaca ameace a estrutura viária no local. Areia retirada do fundo do Rio Piçarras está sendo utilizada na ação.
O secretário de obras, Rubens Batista Pereira , prevê que cerca de mil metros cúbicos de areia devam ser depositados emergencialmente no trecho mais atingido com a finalidade de proteger as estruturas da calçada e da rua. “É uma obra emergencial, para evitar mais prejuízos. Estamos isolando a área e pedimos para que as pessoas não transitem nesse trecho, pois há maquinário circulando o tempo todo e risco de desmoronamento” alerta.
O material, retirado nas obras de drenagem do Rio Piçarras, está sendo depositado no local por cinco caminhões que trabalham com auxílio de uma escavadeira hidráulica e uma retroescavadeira.
Foto por: Felipe Bieging