As chuvas que castigaram o município em somente oito horas, entre a noite da terça-feira, 09, e amanhã de quarta-feira, 10, provocaram alagamentos em 284 ruas dos três maiores bairros, atingindo 12mil pessoas. Choveu no município o previsto de água para dois meses. A metade da população foi afetada na maior enchente registrada na história de Barra Velha, que deixou 4.471 desabrigados e 54 desalojados, sem vítimas fatais.
Rapidamente a Defesa Civil municipal montou um Centro de Coordenação de Desastres onde todas as secretarias da administração municipal, o gabinete do prefeito e do vice, trabalharam em conjunto para atender à comunidade e realizar um mapeamento da situação. A Polícia Militar também auxiliou no atendimento da central de operações. Até o momento não foi calculado o prejuízo da enchente para o município, porém estimativas não oficiais apontavam mais de R$ 5milhões.
Depois de decretado o Estado de Emergência por parte do prefeito Claudemir Matias, a Defesa Civil Estadual garantiu o repasse de R$180 mil em alimentos, produtos de limpeza, colchões e cobertores para a população. Parte dos materiais já haviam começado a ser entregues até o encerramento desta edição, no entanto a parte restante estava chegando em caminhões, inclusive de São Miguel do Oeste.
“O município está buscando soluções. Sabemos dos problemas de cada um e do sofrimento de quem perdeu tudo. Isto é o mais difícil, mas graças a Deus não foram registrados óbitos”, comentou o prefeito.
EFEITO
O rápido avanço da água fez que muitas famílias perdessem todos seus pertences, inclusive sem sequer ficar com mais do que a roupa no corpo. A chuva mobilizou bombeiros e guarda-vidas do Corpo de Bombeiros Militar do município e de localidades vizinhas, além de bombeiros civis vindos de Ilhota e Gaspar. Ao longo da quarta-feira os bombeiros atenderam 155 ocorrências, sendo contabilizados 45atendimentos de emergência, além de resgates com embarcações de pessoas ilhadas e trabalhos de monitoramento junto à Defesa Civil.
AUXÍLIO
Os abrigos montados pela operação de apoio foram abertos na Escola Municipal Antônia Gasino de Freitas, no bairro São Cristóvão, na Escola Municipal Manoel Antônio de Freitas, no bairro Itajuba, e na Escola Estadual Astrogildo Odon Aguiar, no Centro. Nos locais está sendo oferecida alimentação e um lugar para dormir para quem ficou desalojado ou desabrigado. O bairro mais afetado pela enchente foi Itajuba, que teve 2101pessoas afetadas com perca de móveis e imóveis danificados e houve 20 desalojados que perderam a casa. No bairro São Cristóvão houve 1360 desabrigados e 34 desalojados. No Centro, houve 80 desabrigados e no bairro Los Angeles o número foi de930 atingidos.
O coordenador da Defesa Civil Municipal, Elton Cunha, informou que durante as chuvas foi feito um levantamento de dados com fotografias, coordenadas de localização das ruas, número de atingidos, desabrigados e desalojados, além do levantamento planimétrico com informações locais dos funcionários do município, da Defesa Civil Municipal e Estadual e de informação demoradores. O registro servirá para futuros projetos de macrodrenagem como solução aos problemas das cheias. Os dados computados servirão ainda para levantamento de recursos junto a Defesa Civil Estadual e Federal, consistente do recebimento dos mais diversos tipos de donativos e da liberação de projetos ligados a prevenção de desastres naturais.
O decreto de situação de emergência será protocolado junto ao Governo Federal para que o município pleiteie junto ao Caixa Econômica Federal, a liberação do saque do FGTS para os moradores das ruas atingidas. (CONFIRA MAIS REPORTAGENS NA PAGINA GERAL)
Foto por: Ezequiel Diaz Savino