A boca da barra do Rio Iriri, em Penha, está novamente causando transtornos aos pescadores que utilizam o canal para se lançar ao oceano. Assoreado, os trabalhadores do mar utilizam do conhecimento empírico para conseguirem navegar sem que suas embarcações sofram avarias. “Há o risco de encalhar e de ser jogado contra as pedras”.
O alerta é do pescador Maurício José da Silva, o Marujo, que há 40 anos tem do mar o sustento de sua família. Ele relata que os pescadores precisam aguardar o momento certo para conseguirem acessar ou deixar o canal. “Segunda-feira (11) ficamos ancorados a manhã toda porque não tinha maré pra entrar”, reforçou.
Obras paliativas foram feitas pelo Governo Municipal em outubro de 2017 e setembro de 2018 – com a limpeza do fundo do canal utilizando uma retroescavadeira hidráulica. Contudo, a situação voltou a se agravar, principalmente com as últimas ressacas que atingiram o litoral nos últimos meses.
“Dá um vento mais intenso a areia vem toda pra boca da barra”, detalhou o pescador. Marujo destaca que há dias em que os pescadores não conseguem trabalhar, afetando diretamente a cadeia econômica da cidade. “Todos deixam de ganhar. Não é só um pescador que perde, é posto de combustível, o vendedor de gelo, o mercadinho, a peixaria”.
A Prefeitura informou que “temos pedidos de recursos protocolados na União para obras definitivas no Rio Iriri” e que “não estão descartadas obras emergenciais na foz, caso a união não dê resposta no ano que vem”.
Diversas obras emergenciais já foram realizadas no leito do Iriri, mas a solução definitiva estaria na ampliação dos molhes. A administração passada produziu um projeto executivo para recuperar o rio Iriri. O projeto foi pautado na dragagem do rio, recuperação e também de prolongamento dos molhes. Foram gastos R$ 140 mil para produzir os estudos, idealizados pela empresa Alleanza. O projeto prevê um molhe de 104 metros e outro de 54 metros – este para o lado da praia.
Foto por: Felipe Bieging