Na tarde de terça-feira, 5, o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) resgatou uma tartaruga-verde (Chelonia mydas) juvenil na Praia de São Miguel, em Penha. O animal estava vivo, preso em uma rede feiticeira próxima ao costão. Populares que remavam no local removeram a tartaruga da rede, que foi entregue à equipe do projeto.
As fortes marcas lineares nas duas nadadeiras e os resquícios da rede evidenciam a interação antrópica. As famosas “feiticeiras” são compostas por três malhas de diferentes tamanhos. Esse tipo de rede é extremamente danoso aos animais marinhos, pois possuem alta capacidade de captura e baixa seletividade.
Apesar dos sinais de afogamento e lesões causadas pelo petrecho, a tartaruga estava responsiva e ativa. O animal foi encaminhado à Unidade de Estabilização de Animais Marinhos da Univali, onde passa por tratamento veterinário.
De acordo com as normativas do Ibama e ICMBio, o uso da rede feiticeira próximo ao costão é crime ambiental previsto no artigo 34 da lei número 9.605. Quando estão fundeadas perto de costões rochosos, as redes feiticeiras se tornam uma ameaça à fauna local. “As tartarugas-verdes juvenis, por exemplo, se emalham com muita facilidade. Muitas vezes morrem por afogamento ou asfixia, pois não conseguem retornar à superfície para respirar”, afirmam os técnicos do projeto.
COMUNIQUE
Sempre que avistar tartarugas, aves ou mamíferos marinhos nas praias, lembre-se de acionar o PMP-BS pelo telefone 0800 642 3341. A ligação é gratuita e funciona diariamente das 8h às 17h30min. Caso encontre um animal marinho preso em rede de pesca, tente removê-lo com cuidado e acione imediatamente o PMP-BS para realizar o resgate.
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.
Tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos.
O projeto é realizado desde Laguna (SC) até Saquarema (RJ), sendo dividido em 15 trechos. A Univali monitora o Trecho 4, compreendido entre Governador Celso Ramos a Barra Velha.