O documentário, “Sons da Liberdade: A vida dos músicos de Itajaí“, produzido em 2019 pelo jornalista de Penha, Guilherme Venancio, foi selecionado para integrar a 4ª Mostra FacineBC. Ao todo, 50 títulos produzidos em Balneário Camboriú e região foram escolhidos para formarem a mostra cinematográfica, que serão revelados através de Lives pelas redes sociais da FacineBC entre os dias 25 a 28 de abril. Venancio traz o talento e revela a história dos músicos William Fedrizzi Lima (violoncelista), Hyndira Borba (percussionista), José da Rosa (acordeonista) e Diego Ramos (violista).
“Ser selecionado para o FacineBC é uma sensação de conquista dupla. Primeiro pelo reconhecimento da obra final por especialistas de um grande polo cultural da região. Segundo por ajudar a dar mais visibilidade para a classe dos músicos de rua”, definiu Venancio, que também tem a veia musical bastante aguçada. O documentário nasceu de uma curiosidade pessoal, ganhou corpo e acabou virando o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do jornalista, sob a orientação do professor André de Oliveira Pinheiro. O cronograma de apresentação no FacineBC ainda não foi oficializado pela organização.
Apesar de contar a história de quatro personagens, o enredo foi traçado de forma com que um único foco ganhasse destaque. “Na montagem do documentário, queríamos uma linguagem dinâmica e buscamos criar uma linha narrativa única, intercalando as entrevistas o tempo todo. Então, apesar de ter quatro entrevistados, o curta-metragem conta uma história só. E foi dessa forma que conseguimos introduzir um panorama das condições de vida dos músicos de rua de Itajaí: Traçando os paralelos entre as entrevistas que foram realizadas. Além disso, para criar proximidade com as pessoas que estão assistindo, optamos por não gravar a trilha sonora em estúdio. As gravações da trilha são feitas diretamente na rua, enquanto os artistas performam para o público” enriqueceu o jornalista.
Venancio detalha que a ideia de produzir o documentário sobre os músicos de rua nasceu “de uma inquietação pessoal. Me perguntava porque os músicos de rua, muitas vezes extremamente qualificados, se colocavam em uma posição socialmente vista como marginal. Necessidade financeira? Estilo de vida? E a ideia do documentário foi surgindo gradualmente, em 2017, por fruto dessa minha curiosidade”. Entre o caminho de casa à universidade (Penha a Itajaí, pelo ferry boat), “eu passava por alguns músicos de ruas e vez ou outra eu sentava para conversar com eles. E nessas conversas comecei a perceber que eram pessoas muito autênticas, caricatas, entretanto marginalizadas”, acrescentou.
Ao longo da elaboração do projeto, o ainda acadêmico de jornalismo conversou com uma série de músicos de rua, como forma de compreender o motivo pelo palco a céu aberto. “Então decidi documentar a vida deles, mostrar os motivos que levaram eles à arte de rua. Questionar como essas pessoas adquiriram os conhecimentos práticos e teóricos e como começaram a desenvolver suas habilidades nos instrumentos. Além de abordar as situações financeiras e se usam da música de rua para sustentar suas famílias. Abordar também como lidam com os preconceitos. Então surgiu a ideia de documentar a história de pessoas que estão ali, muitas vezes por opção”, finalizou.
A organização do FacineBC recebeu 69 títulos nas inscrições, tanto de produtores locais de Balneário Camboriú, da região e também de produtores de outras regiões de Santa Catarina. O previsto eram 40 vagas para licenciamento. A produção e a Curadoria decidiram acolher novos título, formando uma lista de 50 filmes que receberão pelo licenciamento, outros 5 com licenciamento gratuito por serem de produtores já parte do projeto e que já recebem outro recurso. A 4ª MostraFacineBc é projeto contemplado pelo edital da Fundação Cultural de Balneário Camboriú (FCBC), com recursos da Lei Aldir Blanc.