O Instituto do Meio Ambiente de Balneário Piçarras (IMP) e a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) se reuniram para discutir sobre o avanço do projeto de consolidação do Parque Natural Municipal Rio Piçarras. A proximidade da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) com o parque ambiental motivou os órgãos a celebrarem parceria de cooperação.
A ETE do Sistema de Esgotamento Sanitário de Balneário Piçarras, desenvolvido pela Casan, fica menos de 800 metros de distância da área consolidada como de preservação ambiental – além de que irá despejar o rejeito tratado no Rio Piçarras. “A parceria visa a preservação das matas ciliares e melhoria da qualidade das águas”, disse a presidente do IMP, Rosemari Bona.
A preocupação com as águas do Rio Piçarras está ligada diretamente ao Decreto Municipal de criação do Parque, uma vez que ele é o principal recurso hídrico do município. Seu curso se estende por 4,2 quilômetros, com 38,5% dele cortando a unidade de preservação e zona de amortecimento do parque.
Ao todo, o Parque possui 747 mil metros quadrados. As futuras ações de consolidação do parque estão sendo traçadas pelo Plano de Manejo – em execução pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali), com previsão de entrega no mês de dezembro. O documento começou a ser criado em junho.
Umas das ideias é a criação de cinco trilhas, para um total de 3 quilômetros de desbravamento. O IMP já batizou as cinco trilhas: Ipê Amarelo, Jerivá, Mangue, Mirante e Olandim, que serão inclusas na Rede de Trilhas (entidade civil, sem fins lucrativos, composta por trilhas nacionais, regionais e locais).
Outra ideia é a criação de um Mirante 360 graus (com vista para o mar e região rural), horto florestal, decks e trapiches ao longo dos 4,2 quilômetros de rio que cercam o parque. “Queremos que a comunidade esteja presente. Vamos criar um bom parque para que os munícipes possam usufruir, principalmente de forma sustentável e reciclável”, reforça Rosemari.
O Parque Natural Municipal Rio Piçarras contempla uma área de 74,73ha. Sua criação visa a preservação de ecossistemas naturais nas margens do Rio Piçarras, de grande relevância ecológica e beleza cênica, a fim de possibilitar a realização de pesquisas científicas e desenvolver atividades de recreação em contato com a natureza, além de atividades de educação, interpretação ambiental e ecoturismo.
Em agosto de 2020, o IMP recebeu da Superintendência de Patrimônio da União em Santa Catarina (SPU) a cessão de uso gratuito da área e tem prazo de 3 anos para que o projeto seja idealizado e o parque esteja efetivamente criado. Esse prazo foi estipulado pela SPU. O processo de criação do parque teve início em 2019 e resultou na outorga ao município pelo prazo de 20 anos – com possibilidade de prorrogação.