O corretor de imóveis, Alaim Domingos da Silva – que vem sendo investigado pela prática de estelionato na venda de imóveis na cidade de Penha – teve sua prisão preventiva decretada. Diante da suspeita de estar fora do país, seu nome também foi incluso na relação de procurados da Organização Internacional de Polícia Criminal, a popular Interpol.
Sua prisão foi decretada no último dia 4, pelo juiz da Vara Regional de Garantias da Comarca de Itajaí, Paulo Eduardo Huergo Farah – atendendo a solicitação feita pelo delegado da Polícia Civil de Penha, Ângelo Fragelli. A decisão do magistrado também atende a outro pedido do delegado, para que Alaim tenha o nome incluso na “lista de difusão vermelha da Interpol”.
O delegado frisou que ainda não concluiu o inquérito policial. “Ainda não finalizamos, pois precisamos ouvir mais algumas pessoas. Mas, com base nos elementos que já possuímos, foi pedida a prisão dele, bem assim o bloqueio de bens e dinheiro”, adiantou Fragelli ao Jornal do Comércio. Ele estima que 40 pessoas tenham sido vítimas, em golpes que podem chegar à cifra de R$ 4 milhões.
“Ainda não finalizamos, pois precisamos ouvir mais algumas pessoas. Mas, com base nos elementos que já possuímos, foi pedida a prisão dele, bem assim o bloqueio de bens e dinheiro”
“Desde quando a gente tomou conhecimento, identificamos todas as vítimas, umas 40 pessoas, mais ou menos. A gente fez um mutirão, todo dia ouvindo umas 10 vítimas. Nossa expectativa é ouvir todas as vítimas até final da semana para entender certinho como foi cada caso” afirmou o delegado da Civil. O Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Santa Catarina (CRECI/SC) suspendeu o registro do corretor até o término das investigações.
Segundo o delegado, “o suspeito se apresentava ora como corretor, ora como proprietário de terrenos – promovendo visualização dos terrenos como se representante fosse dos reais proprietários ou como real proprietário. Apurou-se ainda que o suspeito apresentava terreno do loteamento e por consequência os negociava de modo a garantir a entrega de uma casa já pronta, mediante o pagamento de uma entrada e o restante em forma de prestações mensais”.
Caso vivido por Bruna Pratis, que vendeu uma residência no Rio Grande do Sul para se mudar ao litoral catarinense. Ela deu R$ 70 mil ao suspeito. “Quando viemos para cá, ficamos encantados, as ruas eram sem saída, as árvores tinham tucanos, aqui era um ambiente gostoso. As crianças desciam de bicicleta, a gente já estava imaginando a vida aqui. O problema é o sonho da gente, o sonho de várias pessoas”, detalhou ela ao ND+.
O suspeito também permitia visitas aos lotes e residências, como forma de elevar a credibilidade da falsa negociação. Em algumas dessas residências, as vítimas escreveram mensagens nas paredes para alertar possíveis novos golpes. Isso porque, um mesmo imóvel era vendido falsamente para várias pessoas.