18 C
Piçarras
sexta-feira 13 de junho de 2025


Assassino de quatro crianças em creche de Blumenau é sentenciado a 220 anos de prisão

Foto, MPSC
Ouça a Matéria

Duzentos e vinte anos de prisão. Essa foi a pena imposta ao assassino responsável por quatro homicídios e cinco tentativas de homicídio na creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, no ano passado. O julgamento ocorreu ao longo desta quinta-feira, 29, em júri popular realizado no Fórum blumenauense.

VEJA AS FOTOS DO JULGAMENTO

A pena foi reforçada pelas qualificadoras de motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa das vítimas e pelo fato de os crimes terem sido praticados contra menores de 14 anos, conforme requereu o Ministério Público de Santa Cataria (MPSC) à Justiça.  

Foram 11 horas de julgamento até a leitura da sentença, nas quais os promotores de Justiça Rodrigo Andrade Viviani e Guilherme Schmitt se revezaram para obter a condenação do réu a 220 anos de reclusão pelos crimes que chocaram a comunidade de Blumenau e todo o Brasil.  

“Lembrem-se do que esses fatos impactaram essas famílias e a nossa cidade de Blumenau. Só condenando podemos fazer justiça”

RODRIGO ANDRADE VIVIANI
FOTO, MPSC

“Lembrem-se do que esses fatos impactaram essas famílias e a nossa cidade de Blumenau. Só condenando podemos fazer justiça por todas as qualificadoras: motivo torpe, meio cruel, recurso de dificultou a defesa das vítimas e pelos fatos de serem cometidos contra menores de 14 anos”, disse Rodrigo aos jurados. “Nada chegou perto do essa que vimos: um massacre a creche que vitimou nove crianças em apenas 20 segundos”, continuou.   

Quando a juíza Fabíola Duncka Geiser, titular da 2ª Vara Criminal da comarca, encerrou a leitura da sentença condenado o réu a pena de mais de dois séculos, as famílias se abraçaram novamente pela conquista. “A justiça foi feita. Nenhum pai e nenhuma mãe merecem passar por uma dor desta”, disse o pai de uma das vítimas fatais, Paulo Edson da Cunha Junior.

Para promotor de Justiça, Rodrigo, a longa sentença é uma resposta para a sociedade: “Acreditamos que a pena aplicada de 220 anos de reclusão representa uma forma de se aplicar a justiça por um crime tão grave que comoveu nossa cidade, o país e a comunidade internacional”.  Por envolver crianças, o processo correu em sigilo. 

“A justiça foi feita. Nenhum pai e nenhuma mãe merecem passar por uma dor desta”

PAULO EDSON DA CUNHA JUNIOR
FOTO MPSC

Muito emocionada, Lidiane Cristina da Cunha, que é tia e madrinha de uma das vítimas fatais, disse que o réu não tem mais condições em viver em sociedade. “Os crimes mais cruéis que ele poderia cometer, ele já executou, e espero que ele fique lá dentro porque não tem mais como conviver entre nós. Não trará as crianças de volta. Nosso ninho vai continuar vazio, mas isso fecha um ciclo, de apreensão, de espera pela Justiça”.  

Do lado de fora do Fórum, abraços, lágrimas e recordações das famílias das vítimas que foram assistir ao julgamento. “Sabemos que nada vai trazer nossas crianças de volta. Não existe pena para trazê-las de volta, mas pelo menos saímos daqui um pouco mais aliviados para tocar a nossa vida e poder virar essa página. Esquecer, jamais. A dor será eterna, mas precisamos seguir a nossa caminhada”, relatou a diretora da creche, Alconides Ferreira de Sena.

No dia 5 de abril de 2023, o Brasil inteiro acordou com a notícia da tragédia que teve como saldo a morte de quatro crianças e a tentativa de matar mais cinco, deixando-as feridas e hospitalizadas. Conforme a ação penal, era um pouco mais de 8h30 da manhã quando o assassino, na posse de duas armas brancas, se dirigiu até a creche Cantinho Bom Pastor, no bairro Velha. O condenado invadiu a escola enquanto as crianças estavam no pátio e executou o seu plano cruel.

REDAÇÃO, JORNAL DO COMÉRCIO
REDAÇÃO, JORNAL DO COMÉRCIO
Desde 1989 informando a comunidade. Edição impressa semanal sempre aos sábados.

Confira também
as seguintes matérias recomendads para você