A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) atualizou nesta quinta-feira, 8, o relatório das novas análises laboratoriais sobre a presença da toxina ácido ocadaico em ostras, vieiras, moluscos e mariscos ao longo da costa catarinense. O documento mantém a suspensão de retirada, comercialização e consumo de moluscos produzidos em Penha.
Para mexilhões, houve a liberação apenas no Sambaqui/Praia do Forte e Santo Antônio de Lisboa/Cacupé, ambas em Florianópolis. Já para ostras, há liberação foi para Bombinhas, Serraria/Barreiros/Tipitinga, em São José, Sambaqui/Praia do Forte e Santo Antônio de Lisboa/Cacupé, ambas em Florianópolis, e Praia do Cedro/Pontal, em Palhoça. Nos demais pontos, a suspensão segue mantida.
“A população também não deve consumir moluscos bivalves retirados de bancos naturais, incluindo os costões, parcéis e beira de praia”, alerta a nota atualizada da Cidasc.
A proibição foi imposta desde o dia 26 de julho e segue sendo mantida após três análises. “A medida é necessária para preservar a saúde dos consumidores, pois as novas análises indicam que ainda há níveis altos da toxina ácido ocadaico nestes animais”, confirmou a Cidasc em nota oficial. A toxina é absorvida pelos moluscos bivalves quando há grande proliferação da microalga Dinophysis na água do mar.
Nos animais aquáticos, a toxina não provoca problemas e é naturalmente expelida conforme as condições da água se modificam. Porém, o consumo de moluscos com alta concentração de ácido ocadaico por humanos provoca sintomas gastrointestinais como enjoo, vômitos e diarreia, que podem ser graves em pessoas com a saúde mais debilitada.
O médico-veterinário, Pedro Sesterhenn, responsável pelo Programa de Sanidade dos Animais Aquáticos e Abelhas na Cidasc, lembra que a proliferação de algas é um processo natural. A ficotoxina ácido ocadaico é produzida por microalgas e, ao se alimentarem, os moluscos acumulam a toxina em suas glândulas digestivas.
A Cidasc mantém o monitoramento semanalmente e assim que a repetição das análises apontar modificação no quadro, a retirada dos moluscos bivalves poderá ser retomada. Estes animais filtram a água e neste processo, havendo redução na concentração de algas no mar, expelem naturalmente a toxina.
O oceanógrafo com mestrado e doutorado em aquicultura, o professor da Univali reforçou sobre a importância do trabalho de monitoramento. “Isso comprova que os moluscos cultivados em Santa Catarina são monitorados, garantindo assim uma segurança para os consumidores”, enalteceu.