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sexta-feira 13 de setembro de 2024


Ballet AECLA de Luiz Alves aborda questões sociais em novo espetáculo

Fotos, Bianca Mondini
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Mais de duzentas bailarinas e bailarinos do Ballet AECLA subiram ao palco montado especialmente para a apresentação do espetáculo de final de ano no Ginásio de Esportes Frederico Guilherme Schwanke, no bairro Vila do Salto, nos últimos dias 01 e 02 de dezembro.

O tema deste ano, foi “Hairspray – Aceite as Diferenças”, uma história baseada na famosa peça da Broadway e no filme adaptado, o roteiro do espetáculo segue a proposta educacional do projeto Ballet AECLA, que promove inclusão, cidadania e fortalece e inspira crianças e adolescentes a se tornarem adultos conscientes e respeitosos. O enredo traz fortes lutas sociais e as obras originais fazem uma grande crítica ao racismo e à exaltação da estética mercadológica, os famosos “padrões de beleza”.

Ao longo de todo ano, professoras, alunos e alunas se dedicam para apresentar um lindo e emocionante espetáculo. Giovana Hostert, professora do projeto Ballet AECLA comenta “esse ano eu escolhi o tema Hairspray, que apesar de ser intitulado como uma comédia musical, faz uma crítica muito forte e muito importante em relação ao preconceito racial e a gordofobia”.

Durante as aulas do projeto Ballet AECLA, diversas situações que os próprios alunos já viveram vem à tona, como preconceito, bullying, entre outras coisas. Nessa questão, os profissionais já ficam atentos e tentam orientar as crianças e adolescentes sobre o tema.

O último espetáculo do Ballet AECLA, com tema “Divertidamente”, já trouxe algumas reflexões aos alunos e professores, pelo fato de abordar a saúde mental, os sentimentos e a reação que cada um tem ao encontrar situações adversas, e o espetáculo deste ano veio para somar e incentivar ainda mais as crianças e adolescentes ao amadurecimento emocional e conscientização das pessoas ao redor.

“Nós alcançamos o nosso objetivo abordando o tema, pois os relatos das pessoas, até hoje, ainda estão reverberando para nós, de como muitas pessoas se sentiram representadas, da importância dessa questão ser abordada com a sociedade”, comenta Giovana.

FORMANDO CIDADÃOS

O Ballet AECLA já está atuando há 12 anos em Luiz Alves. O trabalho já rendeu muitos frutos. Além de formar cidadãos mais conscientes, engajados e comprometidos, também está formando futuros profissionais da dança, como é o caso de Mariana Martini dos Santos, que iniciou no ballet aos 11 anos de idade e atualmente está cursando a graduação Dança na Universidade Regional de Blumenau – FURB. Mariana passou de aluna para estagiária e agora professora no projeto.

“Agora parte da minha missão é mostrar esse amor que cultivei pela dança desde meus primeiros anos de vida e a colocar como uma possibilidade profissional, pois muita gente tem medo, muitos pais, inclusive, têm medo, falam que só dança não é profissão, não dá futuro, e não consegue trabalhar com isso. E é mentira! Então eu quero conseguir mostrar isso, tanto para os meus alunos, quanto para a cidade, que é sim possível, que a cultura sim, faz diferença na vida das crianças. Eu com certeza sou uma pessoa muito diferente por ter passado pelo projeto. Eu acredito sim que quando temos acesso à cultura, seja a forma que for, a gente tem um olhar muito mais sensível para todas as áreas da nossa vida. E eu quero passar isso para as minhas alunas também. Eu quero que saiam muitos mais outros frutos do Ballet AECLA”, finaliza Mariana Martini dos Santos.

REDAÇÃO, JORNAL DO COMÉRCIO
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