A lendária imagem de Beto Carrero, junto de seu leopardo Marco, agora está eternizada na entrada do Castelo das Nações do Beto Carrero World, o maior parque multitemático da América Latina. Ela foi finamente lapidada pelo artista plástico, Isaac Moraes, por meio de uma realista técnica que utiliza terra – do próprio parque – água e um fixador, a qual o inspirado autor denomina por realismo natural, numa união do talento manual e alusão aos pixels da fotografia moderna.
“Visualizando muitas imagens, notei um padrão: ele está sempre sorrindo. Ele tem uma energia muito perceptível”
ISAAC MORAES
FOTO, MICHAEL CARDOSO
“Quando recebi o convite do parque Beto Carrero para retratar o fundador com terra, aqui na entrada do Castelo, eu iniciei uma busca pela melhor imagem do Beto Carrero. Visualizando muitas imagens, notei um padrão: ele está sempre sorrindo. Ele tem uma energia muito perceptível, muito contagiante através das imagens. Escolhi essa com o seu leopardo Marco, primeiro pelo espaço, pelo enquadramento técnico, e também pelo carisma dessa imagem”, explica Isaac.
Para produzir o trabalho em 12 metros quadrados de superfície, Isaac utilizou terras do próprio parque – as escolhidas por João Batista Sérgio Murad para idealizar seu sonho, que em 28 de dezembro completa 32 anos. “O conceito raiz dessas pinturas que realizo com tintas naturais, batizei com o nome de “Do Pó da Terra”, em menção a Gênesis 2:7, onde Deus fez o homem do pó da Terra. E quando eu recebi essa missão de retratar o Beto Carreiro aqui, na entrada do castelo, eu já logo pensei nas terras aqui do parque”, recorda-se.
A técnica de produção utilizada por Isaac é chamada de ‘Grid’, muito antiga e inclusive apreciada por grandes mestres da arte, como por exemplo, Leonardo Da Vinci. “Masterizei esse estilo que gosto de chamar de ‘Realismo Natural’, pois a tinta que utilizo é extraída da própria terra, ampliando a reflexão de quem se depara com essas manifestações artísticas. Eu utilizo os quadrados em formato de pixels, unindo-os para formar a imagem. Elas dão contornos do talento manual misturado com o moderno mundo digital”, reforça Isaac.
Para o artista de 37 anos – natural de Cianorte (PR), criado em Sarandi (PR), seu berço artístico, e hoje erradicado em Penha – o sentimento de escrever seu nome no espaço do parque é de grande felicidade “em poder contribuir com o Parque, que há décadas é responsável pela alegria e diversão de milhares de famílias dos mais distintos lugares que vem até Penha para terem um momento inesquecível. Deixo aqui minha gratidão a equipe do Parque Beto Carrero que contribuíram brilhantemente para que eu realizasse essa inédita arte”, agradece Isaac, que alimenta seu perfil no Instagram (@isaacmoraesart) com seus trabalhos.
ISAAC TRABALHA EM SEU PRIMEIRO LIVRO
O trabalho desenvolvido por Isaac também será retratado em um livro “Pássaros que Voam” que será lançado no início de 2024. “É uma obra que se inicia com minha história, das minhas mais profundas experiências, de como surgiu meu trabalho. A mensagem deste livro será para inspirar outras pessoas a se apresentarem ao mundo com os seus talentos, metaforicamente representados por pássaros presos em gaiolas internas. Aqui em Penha quando cheguei, apliquei exatamente a mensagem que defendo na escrita do livro. Eu soltei um grande pássaro. Ele retratou Seu Dico Amâncio, um personagem popular da cidade. Esse pássaro voou espalhando sua mensagem e por consequência muitas portas se abriram depois disso. Essa é a grande mensagem do livro”, adianta Isaac.
A obras mescla a história autoral com uma ficção que acontece dentro de uma grande floresta onde o personagem central é submetido a inúmeros desafios, medos e superações até adquirir a consciência de que para voar é preciso soltar seus pássaros.
O primeiro pássaro de Isaac lhe rendeu o convite da Fundação Cultural de Penha: a execução do projeto “Retratos da Nossa Gente”. Outros vinte murais – com nomes da rica história cultural de Penha – foram cravados em diversos pontos da cidade, criando um roteiro turístico e cultural. A escolha dos personagens partiu da própria Fundação, com base no legado deixado em prol da consolidação de Penha.
CLUBE DOS PASSARINHOS
Isaac também desenvolve a filosofia de ‘soltar os pássaros’ com as crianças – tendo alunos em vários estados brasileiros através da sua escola de Artes online batizada de “Clube dos Passarinhos” atendendo inclusive crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). “A ideia desse trabalho é estimular a criatividade e a autoestima, pois sabemos que o desenho exercita o cérebro da criança para resolver problemas complexos do dia a dia com maior facilidade. Com isso contribuir com a formação dessas crianças sob uma ótica tão essencial e negligenciada que é a Arte, encerra. Para conhecer mais sobre esse projeto siga @clubedospassarinhos.