Jorginho Mello (PL), governador eleito para comandar Santa Catarina entre 2023 à 2026, concedeu entrevista coletiva momentos após o término do segundo turno – que cravou sua vitória por 70,69% contra 29,31% de Décio Lima (PT), neste domingo, 30. Ele lamentou a não reeleição do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), mas adiantou que buscará aproximação junto ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em prol do crescimento do estado. Nas urnas, o catarinense escolheu Jair Bolsonaro.
“Esperar as coisas se acalmarem um pouco, está um ambiente muito hostil. Depois vamos reunir o nosso time, nosso pessoal que sempre esteve junto, para fazer um relacionamento. Santa Catarina sempre precisou e vai precisar do Governo Federal. Vamos ser inteligentes, vamos ser responsáveis para cuidar de Santa Catarina, para que Santa Catarina não perca nada. Não pode perder, porque nós merecemos. Será um relacionamento respeitoso”, afirmou Jorginho, em alusão ao cenário final do pleito.
Ele foi franco em dizer que seu sentimento de felicidade não estava completo porque “faltou eleger o nosso capitão. Sou sincero em dizer a vocês que a vitória não está completa. Mas, é um momento de reflexão”. Santa Catarina creditou 3.047.630 votos à Bolsonaro (69,27%) e outros 1.351.918 votos à Lula (30,73%). Nacionalmente, Lula venceu Bolsonaro com a menor margem da história eletiva: 50,90% contra 49,10%. Esse cenário altera bruscamente os planos políticos de Jorginho.
“Claro que muda (cenário político diante da vitória de Lula). Eu sou da cozinha dele (Bolsonaro), eu sou da casa dele […] ia destravar tantos projetos que Santa Catarina precisa. Agora, nós temos que reavaliar e refletir isso – de forma serena e responsável. É o que vamos fazer”, reforçou o governador eleito. A margem mínima na vitória do petista fez Jorginho pontuar que “o Brasil ficou dividido, então, a gente vai ter que ter muita maestria para que essas encrencas não se espraiem, não aumentem – para o bem do Brasil […] Vou pedir o tratamento que Santa Catarina sempre mereceu”.
No cenário estadual, o atual governador vinha desenvolvendo obras em diversas regiões do estado – por meio do Plano 1000. Muitas das obras não foram concluídas, das quais Jorginho afirmou que irá manter tudo que for “descente e republicano”. “Eu sou um político – um deputado, um senador e vou ser um governador, agora – municipalista. Sempre fui. Não estou inventando isso agora. Eu acredito piamente que tudo acontece no município: lá é que o problema com a escola, com a rua, com a saúde, com a educação. Nós temos que fazer parceria com os prefeitos. Eu fui o único candidato, que num encontro da Fecam (Federação Catarinense dos Municípios), assumi um compromisso que tudo que for descente e republicano nós vamos tocar. Não é porque não foi esse governo que iniciou que a obra não vai continuar. Eu sou municipalista por convicção. A vida acontece no município”, disse na coletiva.
TRANSIÇÃO DE GOVERNO
O atual governador, Carlos Moisés (Republicanos), assinou decreto normatizando o trabalho de transição de governo. Ele terá início a partir do próximo dia 1º, quando Jorginho poderá enviar os nomes para formar a Comissão de Transição, que se juntará a membros do atual escalão governamental.
De acordo com o decreto, o grupo terá à disposição local, infraestrutura e apoio administrativo, jurídico e operacional para exercer as atividades, que serão providenciados pela Secretaria da Casa Civil, onde deverão ser compartilhados dados e informações relativos às contas públicas, aos programas e aos projetos do Governo do Estado.
Jorginho Mello adiantou que não falará sobre nomeações de secretários até dezembro.