O processo eleitoral da Federação de Consórcios, Associações de Municípios e Municípios de Santa Catarina (Fecam) acirrou o embate político entre o prefeito de Penha, Aquiles da Costa (MDB), e o atual governador, Jorginho Mello (PL). Com chapa formalizada, Aquiles perdeu importantes membros de sua composição assim que a prefeita de Vargem, Milena Lopes (PL), iniciou uma movimentação para também concorrer ao pleito. O prefeito de Penha afirma que o governador do estado estaria ameaçando os prefeitos que o apoiassem com a perda de recursos financeiros. A Casa Civil nega.
“Ao menos cinco prefeitos me ligaram para pedir a retirada de seus nomes da minha chapa. Afirmaram que o governador os ligou e pressionou sob ameaça da perda de PIX (forma de repasse que o Governo vem utilizando em convênios de até R$ 5 milhões com os municípios), perda de recursos. É, no mínimo, uma interferência imoral”, afirmou Aquiles, que durante as semanas anteriores percorreu o estado e visitou prefeitos, em busca da formação da chapa – protocolada dia 20. Hoje, dia 23, sua chapa foi desmanchada por conta da perda de apoios políticos.
A chapa de Milena, também inscrita dia 20, no entanto, foi cassada pelo Comitê Eleitoral da Fecam nesta segunda-feira, 20. Um de seus membros estava com a mensalidade junto à entidade em atraso. Esse fato infringe a legislação interna. O prefeito em questão é de São João do Itaperiú, Clézio Fortunato (MDB).
A assessoria de imprensa do governador negou com veemência a acusação feita por Aquiles. “O governador não quer e não irá interferir na eleição da Fecam, afinal é um órgão independente”, disse a assessoria.
A eleição ocorre no próximo dia 30 – apesar de ainda não existir uma chapa formalizada. A decisão deve sair até o meio-dia desta terça-feira, 24. Ela deve ser anunciada após encontro entre Aquiles e Milena, que podem optar pela formação de uma composição de consenso, mesclando membros das duas chapas. Caso não haja acordo, a eleição pode acabar na justiça ou na reformulação de todo o processo eleitoral.
Aquiles e Jorginho se tornaram opositores públicos durante o último pleito eleitoral – quando o prefeito de Penha apoiou o ex-governador, Carlos Moisés (Republicanos).
