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terça-feira 29 de abril de 2025


Balneário Piçarras e Penha têm crescente nos casos de viroses

Foto, Getty Images
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Os municípios de Balneário Piçarras e Penha têm registrado um aumento significativo nos casos de viroses, gerando preocupação entre moradores e turistas. Com sintomas como febre, dores no corpo, vômitos e diarreia, os atendimentos em unidades emergenciais de saúde têm crescido nas últimas semanas. Autoridades e profissionais da saúde alertam para a importância da hidratação, higiene pessoal e cuidado com o consumo de alimentos e água, especialmente em locais com maior fluxo de pessoas.

Em Balneário Piçarras, segundo o secretário de Saúde, Rodrigo Medeiros, “agora neste período de verão, tivemos um aumento grande no número de viroses na nossa cidade. Isso, além da quantidade de turistas que acabamos recebendo, dos moradores, das unidades de saúde fechadas nos municípios ao redor, faz com que aumente o nosso volume no Pronto Atendimento […] Em torno de 60% a 70% dos casos que procuraram a nossa unidade de saúde foram de gastroenterite, virose”, afirma.

“Agora neste período de verão, tivemos um aumento grande no número de viroses na nossa cidade”

Em Penha, o secretário de Saúde, Nestor Filipe, detalha que entre o fim de dezembro de 2024 e início de janeiro de 2025, o Pronto Atendimento do município registrou quase quatro mil pacientes. “Houve um aumento significativo. Foram 1264 casos somente de virose, ou seja, quase 30% do total de pacientes”, quantifica.

Balneário Piçarras conta hoje com quatro médicos na unidade 24h, incluindo pediatra, o que faz com que tenha um tempo de espera considerado aceitável.  Já em Penha, “os atendimentos vêm fluindo bem. Hoje estamos com cinco médicos e a triagem pela enfermagem tem um tempo médio inferior ao preconizado pelo COREN, que são 15 minutos. A consulta médica ocorre em um tempo médio de 35 minutos, mesmo com toda esta alta demanda da temporada”, reforça Nestor.

“Em torno de 60% a 70% dos casos que procuraram a nossa unidade de saúde foram de gastroenterite, virose”

No verão, receber o diagnóstico de virose é mais comum do que a gente imagina. Isso porque as altas temperaturas e a superlotação das praias podem contribuir para a proliferação de vírus transmitidos pela água e para a contaminação de alimentos, que podem desencadear a popular virose. “Uma das formas de contaminação, ou seja, de adquirir o vírus circulante, é entre pessoas. Quanto maior o número, mais chance de um contaminado tocar em objetos e outros ficarem em contato, até por um espirro, e se contaminarem”, analisa o médico, Virlei Primo Junior.

CUIDADOS
Com este aumento, os dois municípios alertam a população para os cuidados e as medidas de controle e higiene durante todo o período. Estas viroses podem causar desidratação leve à grave, sendo que crianças, idosos e pessoas imunodeprimidas são mais vulneráveis e têm mais chances de evoluir para gravidade.

“Quando falamos ‘procedência duvidosa’ não tem como saber de onde vêm esses alimentos, porque ele pode estar contaminado desde a sua origem, até mesmo no transporte, armazenamento e no seu preparo para que as pessoas possam consumir”

Virlei comenta que a contaminação acontece de forma rápida. “Vimos que os números crescem com muita facilidade”. Há ainda, conforme o médico, o contágio pela alimentação, seja por água ou alimentos com procedência duvidosa. “Quando falamos ‘procedência duvidosa’ não tem como saber de onde vêm esses alimentos, porque ele pode estar contaminado desde a sua origem, até mesmo no transporte, armazenamento e no seu preparo para que as pessoas possam consumir”.

Em relação aos cuidados com a alimentação e os alertas sobre o que comer ou não durante os passeios nas praias, a nutricionista, Marta Gabardo, reforça que “para evitar a contaminação por esses tipos de vírus devemos: lavar bem as mãos antes de manipular os alimentos, após utilizar o banheiro e após trocar fraldas; higienizar corretamente alimentos que serão consumidos crus, como frutas e verduras; cozinhar corretamente carnes e ovos, evitando consumir esses alimentos mal passados; cuidar com o armazenamento de alimentos de origem animal como laticínios, carnes e ovos, que não devem ficar expostos a altas temperaturas por muito tempo”.

No caso da virose já instalada, Marta enfatiza que é recomendado “tomar muita água, água de coco e, quando necessário, soro. Dar preferência por alimentos leves como frutas sem casca e verduras cozidas. Evitar frituras, alimentos gordurosos e muito açucarados e laticínios, são estratégias importantes tanto para fortalecer o sistema imunológico como para evitar que os sintomas se agravem”.

“Tomar muita água, água de coco e, quando necessário, soro. Dar preferência por alimentos leves como frutas sem casca e verduras cozidas”

A nutricionista ainda comenta que durante uma infecção intestinal a tendência é reduzir a capacidade de digestão da lactose, portanto, o consumo de laticínios pode agravar sintomas como náusea e diarreia. “É importante evitar também bebidas como café, chá mate, inclusive chimarrão, cerveja e refrigerantes, que são consideradas bebidas diuréticas, ou seja, podem piorar o quadro de desidratação”.

Virlei fala sobre os modos de prevenção. “Se houver sintomas de gripe usar máscaras, o comércio deve manter o local higienizado, porque é uma situação difícil de conter, mas há como prevenir. Em casos de sintomas, a pessoa deve ir para casa, ficar em repouso e se hidratar bastante”.

Ainda segundo o médico, se houver vômitos, diarreia com frequência, febre, dor abdominal, calafrio e tremores é preciso buscar atendimento médico, principalmente nos grupos de risco. Porém, em casos mais leves, a hidratação é fundamental.

PREVINA-SE
– Cuidar com a qualidade da água ingerida que deve ser tratada, fervida ou mineral;
– Evitar a ingestão de frutos do mar crus, carnes mal-passadas, especialmente sem saber a procedência; 
– Ao levar alimentos para a praia, cuidar da higiene e manter a refrigeração adequada;
– Não consumir sucos, batidas, caipirinhas e outras bebidas não industrializadas sem saber a procedência dos ingredientes utilizados;
– Não consumir alimentos fora do prazo de validade, mesmo que aparência seja normal;
– Não consumir alimentos que pareçam deteriorados, com aroma, cor ou sabor alterados, mesmo que estejam dentro do prazo de validade;
– Higienizar as mãos com frequência, especialmente antes e depois de utilizar o banheiro, trocar fraldas, manipular e preparar os alimentos, amamentar e tocar em animais;
– Não frequentar locais com condição imprópria para banho. 

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