Os comerciantes da Avenida Getúlio Vargas começam a contar os prejuízos financeiros com a construção da nova ponte sob o Rio Piçarras. Após quase três meses da demolição da ponte e interdição total do trânsito, os comerciantes da avenida cobram mais agilidade nas obras e temem pelo fechamento das próprias portas. Empresa responsável pela obra prevê a conclusão na segunda semana de outubro.
O Jornal do Comércio conversou com proprietários de pequenos comércios na Avenida. Curiosamente, todos pediram para não ter suas identidades citadas sob a mesma alegação. “Eles sempre vem para cima do pequeno, né”, afirma um comerciante do ramo alimentício. Ele assegura que o movimento está muito fraco, não gerando lucro para novos investimentos. “Não consigo comprar nada. É promoção em cima de promoção pra não deixar o produto parado”, lamenta.
Ao seu lado, em uma loja de prestação de serviços, o proprietário estima uma queda de 40% em seus lucros. “As mulheres e crianças tem medo de passar pelo pontilhão, com isso, perco parte da minha clientela”, garante. Seus atendimentos passaram de uma média de 40 ao dia, para 25, em um dia de sorte. “Na minha opinião, uma ponte como esta não poderia passar dos 90 dias de construção”, salienta.
O engenheiro da empresa Arcos Engenharia, responsável pela construção da ponte, Marcelo Quintanilha, conversou com o JC e afirmou que o cronograma de trabalho não é considerado atrasado. “A estrutura da ponte está sendo feita em São Paulo. É um trabalho que não se vê e por isso pensam que estamos parados”, frisou. Ele disse que a ponte deve começar a ser transportada para Balneário Piçarras no dia 3 de setembro. O prefeito, Umberto Luiz Teixeira (PP), recebeu fotos da evolução dos trabalhos de construção da estrutura.
Já com relação às obras na cabeceira da ponte, Quintanilha explica que os operários só podem trabalhar quando o nível da maré está em zero, colocando a questão como um problema para a realização das atividades. “Vocês que moram na praia sabem como é”, relatou. “Por isso os operários trabalham de acordo com a oscilação da maré. Estamos trabalhando sem horário definido e por diversas vezes de madrugada”, explica. Ele afirma que a partir de hoje, sábado, 28, as fundações começam a ser concretadas.
O engenheiro garante que os trabalhos serão intensificados com a chegada da estrutura da ponte e faz uma previsão. Espera entregar a ponte no dia 15 de outubro. “Se tudo continuar da forma como planejamos, esperamos entregar a ponte à comunidade em meados de outubro, no dia 15”, disse. As obras da ponte começaram no dia 5 de abril, com a assinatura da ordem de serviço, documento que prevê o término da construção em seis meses.
Foto por: Felipe Bieging