A Associação de Moradores da Quinta dos Açorianos está organizando no dia 27 de fevereiro um protesto contra a realização de raves e shows noturnos na beira da lagoa da cidade, ao lado da Ponte Pênsil, um dos principais atrativos turísticos do município.
A comunidade manifestou sua indignação pelo descaso com sujeira deixada num local considerado Área de Preservação Permanente (APP), além da alta poluição sonora provocada aos moradores e irregularidades como a cobrança de taxas para ingressar numa rua pública.
O manifesto acontecerá na Rua do Rosino 176, na Quinta dos Açorianos, a 300 metros da ponte pênsil, às 18 horas, na casa do morador Sérgio Barbosa dos Santos.
“O objetivo é buscar que todos nós, moradores, consigamos uma postura de respeito dos organizadores dessas raves, festas e eventos com som realizados no bairro e levemos nossas reivindicações. As margens da lagoa não são lugar para a realização deste tipo de eventos, longe da fiscalização de órgãos municipais e polícia militar”, disse Sérgio.
Vários registros dos moradores mostraram à reportagem do JC a grande quantidade de lixo deixada no local após cada festa, além da falta de respeito às regulamentações ambientais exigidas pela Fundação Municipal de Meio Ambiente (Fundema). Banheiros químicos na beira da lagoa, depredação da restinga e poluição sonora foram algumas das infrações. Vários moradores que não quiseram ser identificados por ameaças dos organizadores do evento denunciaram que, durante as festas, foram trancados os acessos de todas as ruas de acesso à lagoa por seguranças, estacas ou fitas.
O presidente da Fundema, Marcelo Metelski considerou necessário analisar a questão das festas na margem da lagoa e confessou que o local não é apropriado para este tipo de eventos. “Vamos ter que suspender as festas neste local ou analisar a cobrança de uma taxa de limpeza que será devolvida depois que o organizador do evento demonstrar que o local tem ficado em condições”, comentou Marcelo.
Um dos moradores próximos do acesso à lagoa reclamou da falta de fiscalização da polícia neste tipo de eventos. “Durante os jogos de futebol de areia há mais de sete policias no local e neste tipo de festas, onde sempre existe a possibilidade de consumo de entorpecentes, não apareceu nenhuma viatura”, reclamou o vizinho, que pediu para não ser identificado.
Durante a festa rave não teria havido a presença do Conselho Tutelar para garantir que não houvesse menores no local, entanto o último evento de som automotivo sem fiscalização da PM permitiu que acontecessem rachas ao longo da principal avenida asfaltada do bairro onde foram registrados acidentes.
Houve também denúncias de que os organizadores da festa automotiva pediam para cobrar R$5 aos motoristas que queriam entrar na rua da ponte pênsil para conhecer. A Associação de Moradores informou que convidaria autoridades públicas do município para discutir a questão.