Oito homens suspeitos de integrar uma célula neonazista interestadual, presos em São Pedro de Alcântara no último dia 14, tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva após a audiência de custódia realizada no final da tarde de terça-feira, 15.
Entre os presos, há integrantes de um grupo skinhead internacional, conhecido por ser intolerante e de extrema direita. Um outro ainda foi autuado por porte ilegal de arma de fogo por ter sido flagrado com munições.
Os homens estavam reunidos para um suposto encontro anual da célula em um sítio na cidade de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis. Após receber informações sobre a suposta reunião, a Delegacia de Repressão ao racismo e delitos de intolerância requereu mandados de busca e apreensão.
A 40ª Promotoria de Justiça da Capital, especializada no combate aos crimes de racismo, de ódio e intolerância, deu parecer favorável aos mandados e a Justiça deferiu os pedidos. No sítio, os policiais apreenderam revistas, panfletos e outros objetos com símbolos de grupos supremacistas, além de telefones celulares e computadores.
Os presos têm entre 22 e 48 anos e foram autuados pela prática dos crimes de associação criminosa e racismo. Quatro deles são do Rio Grande do Sul, um de Santa Catarina, um do Paraná, um de Minas Gerais e um de Portugal.
O material apreendido irá agora passar pela perícia técnica. Após concluir o inquérito policial, a Delegacia o encaminhará para a 40ª Promotoria de Justiça para as medidas cabíveis.
O Promotor de Justiça, Luiz Fernando Pacheco, responsável pela 40ª Promotoria de Justiça da Capital, ressalta que as investigações até o momento indicam que o grupo age com forte exaltação à ideologia fascista e apologia ao nazismo.
PROMOTORIA ESPECIALIZADA
A 40ª Promotoria de Justiça da Capital, especializada no combate aos crimes de racismo, de ódio e intolerância, tem abrangência estadual. Criada há um pouco mais de um mês, a Promotoria de Justiça já investiga pelo menos quatro casos de suspeita de apologia ao nazismo. O MPSC também dispõe de um Núcleo de Enfrentamento aos Crimes de Racismo e Intolerância, o NECRIM, e a Procuradoria-Geral de Justiça firmou parceria com a Confederação Israelita do Brasil (CONIB), em 2020, para promover ações concretas de combate ao discurso de ódio e a qualquer forma de intolerância.