Terá início nesta quarta-feira, 9, às 8h30, no Fórum de Pinhalzinho, a sessão do Tribunal do Júri do assassino confesso pela chacina na creche de Saudades, em 2021.O criminoso será julgado pela prática de cinco homicídios consumados triplamente qualificados por motivo torpe, meio cruel e uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas, outros mais treze homicídios tentados duplamente qualificados por motivo torpe e meio cruel e um homicídio tentado qualificado por motivo torpe, meio cruel e uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas – conforme denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
No primeiro dia de julgamento, estão previstas as oitivas de seis vítimas, oito testemunhas de acusação e quatro testemunhas de defesa. Os promotores de Justiça Bruno Poerschke Vieira, Douglas Dellazari, Fabrício Nunes e Julio André Locatelli representarão o MPSC na sessão.
Ao longo do processo, a defesa do assassino alegou que ele seria incapaz de compreender os próprios atos, e por isso não deveria ser julgado pelo Tribunal do Juri. O juiz não acatou a tese e baseou sua decisão no exame de sanidade mental oficial, realizado após a defesa do acusado ter anexado aos autos um parecer de médico particular contratado e que informa que o réu sofreria de esquizofrenia. A perícia oficial confirmou que o criminoso possuía, ao tempo do crime, a plena capacidade de entender o caráter criminoso do fato.
UM CRIME QUE CHOCOU O MUNDO
Na manhã do dia 4 de maio de 2021, o réu entrou em uma creche no município de Saudades, matou duas professoras e três bebês e tentou matar outras 14 pessoas, entre educadoras, funcionárias e crianças usando uma adaga que havia comprado pela internet especialmente para o ataque. O réu, que tentou se matar após o atentado, foi detido por populares e entregue às autoridades. Ele confessou o crime.
Seguindo recomendações mais recentes de especialistas das áreas da psicologia e de investigação criminal, o Jornal do Comércio deixará de publicar o nome de autores de massacres. A decisão tem por objetivo evitar a visibilidade do agressor, situação essa que pode estimular outros crimes. Análises técnicas revelam que pessoas com esse perfil buscam notoriedade midiática.