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domingo 4 de maio de 2025


CONTRAPONDO.

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Os Políticos e os puxa-saco

Na intricada trama da política, é comum a presença de uma figura curiosa e por vezes prejudicial: o puxa-saco. Estes são os indivíduos que, movidos por interesses próprios, dedicam-se a bajular os políticos, na esperança de obter favores ou garantir um lugar privilegiado nas esferas de influência. Porém, essa relação muitas vezes se revela uma dança perigosa, com repercussões negativas que ultrapassam os limites do benefício pessoal.

Políticos que se cercam de puxa-sacos frequentemente enfrentam desafios na articulação política. A dependência excessiva desses bobos da corte pode levar a decisões equivocadas, uma vez que a busca por aprovação constante pode embaçar o julgamento do líder, comprometendo a eficácia de suas ações. A verdadeira liderança requer discernimento, e quando políticos se veem envoltos em uma bolha de elogios exagerados, a perspectiva crítica muitas vezes se perde, resultando em escolhas prejudiciais para a comunidade que representam.

“A dependência excessiva desses bobos da corte pode levar a decisões equivocadas”

Além disso, a relação com a imprensa torna-se um campo minado quando políticos se deixam envolver demais pelos puxa-sacos. Uma imprensa independente é vital para a saúde da democracia, fornecendo um contrapeso necessário ao poder político. Quando líderes se isolam em uma bolha de puxas, a relação com a mídia frequentemente se deteriora. Críticas construtivas são interpretadas como ataques pessoais, e a transparência dá lugar à opacidade, minando a confiança do público.

A história política está repleta de exemplos nos quais a proximidade excessiva com bajuladores levou a desfechos desfavoráveis. Governantes que preferiram ouvir apenas elogios muitas vezes perderam a conexão com as realidades do povo que representavam, resultando em governos distantes e desconectados.

Para construir uma liderança sólida e eficaz, é essencial que os políticos resistam à tentação dos puxa-sacos. Em vez de buscar agradar a todos a qualquer custo, líderes devem priorizar a integridade, a objetividade e a busca pela verdade. A crítica construtiva e o diálogo aberto com a imprensa são instrumentos cruciais para o aprimoramento contínuo e a manutenção da confiança pública.

RAFFAEL DO PRADO
RAFFAEL DO PRADO
Jornalista e mestrando de Comunicação Digital do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), em Brasília.

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