Segundo levantamento do Sindicato da Indústria da Construção Civil da Foz do Rio Itajaí (Sinduscon), realizado em parceria com a Brian Inteligência Estratégica, Balneário Piçarras alcançou a marca de R$ 1,1 bilhão em vendas de imóveis apenas no primeiro semestre deste ano. O mesmo estudo avaliou o mercado de Penha, que contabilizou R$ 572,3 milhões no Valor Geral de Vendas (VGV) do mesmo período.
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“Como as incorporadoras atuam nas duas cidades, para que invistam simultaneamente em ambos os mercados, é fundamental que as equipes de vendas demonstrem capacidade de absorver o volume projetado”, avalia o vice-presidente do Sinduscon, James José Ramos. Os valores levam em contas números oficiais de ITBI arrecadas pelos municípios e de imóveis já comercializados na planta.
Em arrecadação, o VGV de Balneário Piçarras rendeu aos cofres públicos, até dia 30 de junho, R$ 21.455.297,44 em ITBI – de acordo com o Portal da Transparência. Nesse mesmo período, Penha arrecadou R$ 5.855.651,94. O número é menor em decorrência de a grande maioria dos prédios ainda estarem em processo de construção.
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Os dados também revelam uma valorização significativa do metro quadrado na região. Em Balneário Piçarras, segundo a pesquisa, o preço médio do metro quadrado já ultrapassa R$ 13.273, posicionando a cidade em um patamar similar às três capitais do Sul. A variação dos preços é considerável, com valores que vão de R$ 10.980 (para apartamentos de dois dormitórios) a R$ 18.250 (para unidades de quatro dormitórios).
Em Penha, o cenário positivo é semelhante, com um metro quadrado que varia entre R$ 11.065 e R$ 17.588, dependendo da tipologia do imóvel. “Essa valorização indica uma forte demanda por imóveis nas duas cidades, impulsionada por diversos fatores como a localização privilegiada, o desenvolvimento econômico e a busca por uma melhor qualidade de vida”, cita o Sinduscon em nota oficial.
O crescimento no ticket médio dos imóveis demonstra ainda uma maior procura por apartamentos de alto padrão. “De fato, cada vez mais os imóveis entregues vêm evoluindo, tanto do ponto de vista do padrão quanto da qualidade, a própria concorrência acaba gerando esse efeito, onde o principal beneficiado é o cliente final. Grandes construtoras de fora do Estado estão prospectando terrenos e buscando oportunidades na cidade, devido ao grande potencial do município, demonstrando que ele já não é só conhecido somente na região e em Santa Catarina, e sim cada vez mais em outros estados e regiões do país”, avalia o gerente de Desenvolvimento de Negócios da Vetter Empreendimentos, Pedro Sanches.
Para o Brian Inteligência Estratégica, com a manutenção do ritmo atual de vendas, a oferta de imóveis verticais em Penha e Balneário Piçarras pode se esgotar rapidamente. Estima-se que, em Penha, os estoques disponíveis sejam suficientes para atender à demanda por apenas dois meses. Já em Balneário Piçarras, a projeção é um pouco mais otimista, com um estoque que poderia ser absorvido em um prazo de 6 a 7 meses.
“No entanto, considerando a alta procura e a constante valorização dos imóveis nessas regiões, é provável que esse prazo seja ainda menor, caso a demanda continue crescendo no mesmo ritmo”, destaca o sócio consultor da Brain, Guilherme Werner. Os municípios, no entanto, possuem alto índice construtivo e ganharam os olhares diretos das grandes construtoras do estado na questão da verticalização.