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terça-feira 30 de abril de 2024


A união que fortalece a cachaça

“A rota da cachaça surgiu com o intuito de aumentar as vendas locais e fomentar o turismo de experiência”, explica o presidente da ACPALA

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A Rota da Cachaça, hoje composta por dez produtores, nasceu a partir da fundação da Associação dos Produtores de Cachaça Artesanal de Luiz Alves (APCALA). O pensamento cooperativista em prol de uma única causa moveu os produtores, que se organizaram para difundir ainda mais a rota de degustação de artesanais sabores.

“Intuito de agregar os produtores em torno de um bem comum” – Foto, Felipe Franco / JC

“A associação nasceu com o intuito de agregar os produtores em torno de um bem comum, tornando-os mais fortes quando da exigência das suas pautas. A rota da cachaça surgiu com o intuito de aumentar as vendas locais e fomentar o turismo de experiência”, comenta o presidente da APCALA, Paulo Sérgio Schoepping.

A Rota foi criada justamente para orientar os turistas que chegam ao município em busca das cachaças artesanais de qualidade. Com a rota definida, é fácil visitar todos os alambiques, conhecer o processo de fabricação, degustar e adquirir as cachaças. Os passeios valem pela paisagem com engenhos coloniais, destilarias rústicas e ambientes tipicamente do interior.

Um material publicitário específico foi criado. O logotipo da Rota da Cachaça, por exemplo, mescla um barril de envelhecimento de cachaça com a rosa dos ventos, que indica os pontos cardinais e associada a viagens, turismo e aventura.
Com a organização dos produtores, o Governo Municipal também avançou, com o Sebrae, no pedido de Indicação Geográfica (IG) da cachaça e aguardente. Ou seja, se concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), eles poderão comercializar como o rótulo de Cachaça e Aguardente de Luiz Alves.

“A Identificação Geográfica da cachaça e aguardente de Luiz Alves como também a denominação de origem, nos colocarão em um patamar privilegiado quanto a divulgação da Rota da Cachaça e dos produtos. A exemplo do que aconteceu com os vinhos de altitude”, reforça Paulo.

A cachaça e aguardente de Luiz Alves são reconhecidos pela qualidade e singularidade, coisas que o saber fazer dos produtores e as leveduras nativas cultivadas a gerações transferem ao produto, garantindo características de qualidade sem igual no mundo. Este ano, em 2023, a Festa Nacional da Cachaça volta ao calendário.

Para o presidente, “a Festa da Nacional da Cachaça ajuda-nos a evidenciar nossas marcas e produtos e colocar os produtores mais próximos aos clientes”, finaliza. E você sabe como degustar ou identificar uma boa cachaça?

O mestre alambiqueiro, David Romani, explica como reconhecer uma cachaça nobre e de qualidade em quatro passos: Ele frisa que “no rótulo de uma cachaça de qualidade deve conter informações importantes como cachaça prata; repousada em tonéis de inox, se for cachaça ouro; envelhecida por no mínimo um ano em barris de madeira, Premium; dois anos ou mais, e extra Premium mais de três anos, note também em qual madeira ela foi envelhecida e a graduação alcoólica que deve ser de 38% a 48%, no contra rótulo é importante que tenha o registro do mapa o que certifica as boas práticas de produção”.

O aspecto visual e de aroma são outras questões muito importantes. “Uma cachaça boa deve ser limpa, translucida e brilhosa, não pode ser turva e conter resíduos, no copo deve fazer as lagrimas ao redor da crista quando levemente balançado. o Aroma é a análise sensorial mais complexa e varia de pessoa para pessoa, porque tem muito a ver com a memória de cada um, mas resumidamente deve ser agradável e remeter a lembranças de coisa boas, levemente adocicado e não irritar o nariz, quando a cachaça tiver cheiro de coisa velha de guardado, metálico ou qualquer outro que não agrade então desconfie”, alerta.

E, um dos principais pontos, o aspecto gustativo. Ela deve ser degustada. “Importante saborear a bebida em pequenos goles, uma boa cachaça não deve descer arranhando a garganta, ela pode ser levemente adocicada e até com um toque amargo depende muito do processo que ela é feita e envelhecida, os carvalhos e a amburana trazem um dulçor da própria madeira já a Cabreúva um leve amargor por exemplo, no retro gosto um calor no peito é desejado”, finaliza David.

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