Pescadores artesanais que utilizam o rio Gravatá, em Navegantes, para buscar a sorte no Atlântico estiveram na sessão do parlamento navegantino no último da 6. Empunhando cartazes, eles cobram a retomada das obras de construção do molhe de pedras do canal – que segue assoreando e causando prejuízos à classe.
“Aqui sempre foi difícil pra gente trabalhar. O rio está assoreado, então pra gente sair e voltar é só com a maré cheia. De tanto reclamarmos, veio o dinheiro e a Prefeitura só executou 70 metros do projeto e o problema continua, sem contar que com a queda de muitas pedras no fundo do mar, as ondas acabando jogando as embarcações contra o molhe. Então ficou difícil, bem difícil mesmo pra gente trabalhar aqui no Gravata”, relata o pescador Bruno Vieira, que comanda a embarcação Santo Mar.
“Dia após dia eles somam prejuízos com avarias em suas embarcações”
LUIZ AMÉRICO
A voz da classe artesanal foi fortalecida pelo representante do setor, Luizinho Américo, que tem participado de importantes reuniões em esfera estadual e nacional em prol de melhores condições de trabalho aos pescadores. “Dia após dia eles somam prejuízos com avarias em suas embarcações”, frisa Luizinho, que utilizou a tribuna em nome dos pescadores.
O projeto tem o foco de justamente minimizar os efeitos do assoreamento da foz do Rio Gravatá e contribuir de maneira natural no engordamento da faixa de areia naquele ponto da praia. “Na forma que está, a estrutura tem se mostrado ineficiente. A pesca artesanal para o setor de Penha e Navegantes acaba sendo diretamente prejudicada”, cita Luizinho.
A base parlamentar do Governo defendeu a cobrança dos pescadores, mas asseguro que a atual gestão municipal trabalha para executar a obra. “Isso aqui não pode virar uma briga política. Estamos aqui para resolver um problema de famílias que vivem da pesca e se não podem sair para o mar, não tem seu ganha pão e também não conseguem pagar seus impostos”, encerrou o líder regional da classe.
A primeira etapa do molhe foi concluída em junho de 2017 e concluída some em novembro de 2019. Foram 70 metros de um projeto total de 300 metros junto à praia do Gravatá.
A atual gestão foi questionada pela reportagem. Pontuou que não saber precisamente ainda a data do término do projeto mas que ele “será finalizado, sim, pois está intimamente ligado (o término do molhe) com o projeto de engordamento da Praia do Gravatá”.