Com a chegada do calor e da estação da primavera, as instabilidades no tempo previstas para este ano preocupam o Corpo de Bombeiros Militar de Barra Velha, diante da falta de organização da Defesa Civil do município para atender ocorrências. Entre os fatos que inquietam o principal órgão de socorro do município estão a falta de disponibilidade do número 199 para atendimentos de Defesa Civil 24 horas e a ausência de trabalhos técnicos para poder responder com prontidão a alagamentos, deslizamentos ou vendavais, como os acontecidos no ano passado, durante a anterior Festa Nacional do Pirão.
Hoje, o número da Defesa Civil 199 entra na central da Prefeitura Municipal, onde não existe um escritório definido. Caso houver uma emergência o número somente atende de segunda à sexta-feira à tarde, no horário de funcionamento da Prefeitura.
“Estamos recebendo comunicados que indicam que esta primavera terá chuvas curtas muito concentradas, que são as principais causas de enchentes. Nossa preocupação é sobre a estrutura da Defesa Civil, que é a encarregada de coordenar tarefas de auxílio à população. Precisamos estar organizados e começar a realizar trabalhos de prevenção”, destacou o Tenente do Corpo de Bombeiros Militar de Barra Velha, Zevir Cipriano Junior.
Atualmente, dos oito integrantes da Comissão Municipal da Defesa Civil somente dois possuem formação técnica e conhecimentos na área, o sargento Kalil Michereff e o cabo Cladenir Sikorsky, que é umas das pessoas mais capacitadas do município através de cursos de especialização na área.
Os bombeiros consideram uma necessidade a organização correta da Defesa Civil para poder atender corretamente à comunidade em caso de emergências. “Nosso chefe é o povo. Não queremos fazer política, mas poder prever ações e ter pessoal qualificado na frente da instituição. O bombeiro acaba sendo o órgão executor da Defesa Civil, porém precisamos ter um levantamento de áreas de risco e locais de abrigo a disposição diante de eventuais catástrofes naturais. Se querem que a gente faça um trabalho decente, deixem a gente trabalhar”, enfatizou o tenente.
Preparo
Zevir garantiu que tendo pessoal capacitado dos bombeiros militares na organização da Defesa Civil demorará somente três meses para apresentar resultados. No novo quartel que será construído no escritório desativado da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), o tenente pretende destinar um despacho para a Defesa Civil. “Temos como colocar duas pessoas para trabalhar assistindo o titular definido pelo prefeito”, acrescentou.
A nomeação do presidente da Defesa Civil é de exclusividade do Poder Executivo. Hoje em dia o presidente da Comissão da Defesa Civil é o procurador jurídico da prefeitura Eurides dos Santos, que também responde como presidente da Defesa Civil.
Segundo Eurides, é de vontade da Prefeitura repassar o número 199 para os Bombeiros Militares, no entanto o quadro da Defesa Civil se manteria como está atualmente. “Também queremos que participe o Corpo de Bombeiros Voluntários”, afirmou Eurides.
A Comissão da Defesa Civil aprovou por unanimidade no dia 27 de abril deste ano a transferência do nº 199 para os Bombeiros Militares, porém até o momento a determinação do órgão não tem acontecido.
Atualmente existe uma investigação da Justiça sobre a suspeita de desvios de dinheiro vindos da Defesa Civil do Estado para o município. O caso iniciou através de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, batizada CPI dos Pregos, que levantou suspeitas de fraude em relatórios de atingidos durante o último vendaval acontecido na cidade no dia 08 de setembro de 2009 no encerramento da última Festa do Pirão.