A telefonia lidera o ranking de reclamações no Procon de Penha. Até a tarde de quinta-feira, 23, mais de cem pessoas já haviam procurado o setor de proteção ao consumidor para denunciar algum tipo de abuso das companhias telefônicas, móveis e fixas. O número representa quase 70% de todos os atendimentos do órgão.
De acordo com a coordenadora do Procon de Penha, Scheila Maria de Melo, reclamações de cobrança por chamadas não realizadas pelos consumidores, fornecimento de serviço sem solicitação do consumidor e cobrança em duplicidade de conta telefônica e de minutos de acesso à internet são as principais queixas dos consumidores. “Infelizmente a telefonia ainda gera muitas reclamações”, lamenta.
Adriano de Souza foi vítima do pacote de internet oferecido por uma empresa de telefonia móvel. Um mês após ter contratado o serviço, a surpresa: a cobrança de um valor duas vezes maior ao adquirido. “Na mesma hora cancelei o pedido e não fiz o pagamento, até porque eu não havia comprado aquele pacote”, garante. Ele acabou com o nome incluso em um órgão de proteção ao crédito, atrapalhando a compra de outros bens.
“Liguei para a empresa para fazer o pagamento, pois estava comprando um bem de maior valor e precisava da aprovação de crédito. Foi então fiquei sabendo que meu nome estava no Serasa”, conta indignado, Adriano. Ele precisou de ajuda especial para conseguir fazer o pagamento no mesmo dia à solicitação. “Liguei para pagar a conta e me disseram que só iriam me enviar o boleto dentro de dez dias”.
No Procon, Scheila intermédia soluções entre as empresas e consumidores. Muitas vezes agrada ambas as partes, já em outras, o acordo não é concretizado. “Geralmente conseguimos resolver o problema. Mas quando é uma questão mais longa, onde já houve um contato desgastante entre ambas as partes, fica mais complicado”, revela. O atendimento do Procon é gratuito.
A falta de transparência na oferta dos serviços e a propaganda enganosa são, para o Procon, os principais causadores das reclamações. “A falta de atenção dos consumidores na hora de analisar as contas também gera os conflitos”, alerta Scheila, revelando que é preciso estar atento ao que está sendo cobrado. Uma conta de telefonia fixa, sem a compra de nenhum outro serviço, deve vir apenas com a descriminação da assinatura básica.
Aparelhos com defeitos também geram reclamações
O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), órgão ligado ao Ministério da Justiçam emitiu uma norma técnica que considera o telefone celular um bem essencial. Nesse caso, se o aparelho apresentar defeito, a loja que o vendeu deve providenciar a troca imediata do mesmo. Segundo o Procon de Penha, lojas da cidade não estão dando prática a esta decisão. “Infelizmente as lojas não cumprem essa norma e aplicam suas próprias diretrizes”, denuncia Scheila. “Mesmo conversando e falando sobre a norma técnica, eles não fazem a troca na hora”, finaliza.
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