As obras de drenagem sustentável dos rios Piçarras e Furado devem chegar a Ilha do Socó, no bairro Nossa Senhora da Paz, até o fim do mês. Para esclarecer os procedimentos que serão tomados para recuperar o leito do rio, a Prefeitura realizou uma reunião, quinta-feira, 5, com pescadores locais e o Ministério Público.
O promotor de justiça, Luís Felipe de Oliveira Czesnat, representantes das empresas que executam e que projetaram a obra e o presidente da Colônia de Pescadores, Júlio César Teixeira, participaram do encontro. Umberto Teixeira (PP) exibiu um vídeo que mostra a situação do entorno da ilha e imagens aéreas de diferentes períodos que revelam as transformações causadas no local pela ação do homem e que levaram ao assoreamento do rio.
“Nós vamos agir para que o entorno da ilha seja navegável novamente, causando o menor impacto ambiental possível. Ainda estamos estudando com as empresas responsáveis como isso será feito. Mas o que nós queremos é pedir a colaboração de vocês, que dependem do rio para conquistar o seu sustento”, disse o prefeito aos moradores.
Teixeira também revelou a intenção do Governo Municipal de transformar a Ilha do Socó em Parque Municipal, que futuramente poderá ser explorado como ponto de turismo ecológico. De acordo com ele, a vegetação que hoje se encontra no centro do leito do rio, devido ao assoreamento, precisará ser retirada para que os equipamento a serem utilizados possam operar.
O promotor de justiça Luís Felipe Czesnat também esclareceu alguns aspectos da obra. Ele sobrevoou o município mês passado para verificar o andamento da dragagem do Rio Piçarras: “Quando começaram as obras, choveram reclamações no meu gabinete de pessoas achando absurda a obra, mas, na verdade, está tudo no projeto, que foi aprovado por Fatma e Ibama. É uma situação emergencial e como tal, precisa de uma solução emergencial”, disse o magistrado
Para ele, a drenagem sustentável é como um procedimento cirúrgico. “Visto isso de cima, parecem cicatrizes. A alusão é a mesma, nós vamos fazer uma cirurgia nessa ilha”. Reserva ambiental de mangue e berçário de crustáceos e outras espécies da flora e da fauna, o entrono da ilha fluvial se encontra hoje assoreado, o que impede a vazão da água da chuva e o trânsito de embarcações.
A drenagem sustentável dos rios Piçarras e Furado compreendem a maior obra de prevenção a enchentes em execução no Estado e são custeadas com recursos na ordem de R$1 6 milhões, repassados pelo Governo Federal após as enchentes de 2008 e 2009. Além da dragagem do leito dos rios, o Governo Municipal já ergueu uma nova ponte na Avenida Getúlio Vargas e está construindo uma malha de contenção de margens nas áreas mais degradadas.