E a grande atração da festa tem lugar de destaque. Um pavilhão inteiro será dedicado aos apreciadores do fino destilado – cada vez mais apreciado em todos os cantos do globo. Oito alambiques luizalvenses levarão para a 31ª Festa Nacional da Cachaça o que há de melhor da destilaria local.
“A festa nos divulga e atrai compradores e revendedores para negociações. Hoje, a cachaça de Luiz Alves é comercializada em todas as regiões do Brasil e exportada para países do Mercosul e Europa”, enaltece presidente da Associação dos Produtores de Cachaça Artesanal de Luiz Alves (APCALA), Paulo Sérgio Schoepping.
“A Festa da Nacional da Cachaça ajuda-nos a evidenciar nossas marcas e produtos e colocar os produtores mais próximos aos clienteS”
PAULO SCHOEPPING
“A Festa da Nacional da Cachaça ajuda-nos a evidenciar nossas marcas e produtos e colocar os produtores mais próximos aos clientes”, complementa. Oito dos dez associados confirmaram presença: Alambique Schoepping, Alambique Bylaart, Flor da cana, destilaria Rech (Sacca), Casa forte, Cachaça Spézia, Bebidas Bompani e Cachaça Morauer. Na festa, a Associação Catarinense dos Produtores de Aguardente de Qualidade (ACAPACQ) também confirmou presença.
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Em Luiz Alves, há doze produtores, sendo dez associados – que anualmente produzem um milhão de litros de cachaça. Para o prefeito da cidade, Marcos Pedro Veber (PSDB), a Cachaça de Luiz Alves é um produto que denota a real qualidade da aguardente. “Conseguimos elevar o patamar do produto, desmistificando qualquer associação negativa. A cachaça é para ser apreciada, um líquido para ser degustado. Há muitos sabores em cada rótulo criado, produtos de altíssima qualidade”, pontua.
A APCALA “nasceu com o intuito de agregar os produtores em torno de um bem comum, tornando-os mais fortes quando da exigência das suas pautas”, detalha Paulo. Por meio da Associação, em parceria com a Prefeitura, formou-se a Rota da Cachaça “com o intuito de aumentar as vendas locais e fomentar o turismo de experiência”, reforça o presidente.
Com a organização dos produtores, o Governo Municipal também avançou, com o Sebrae, no pedido de Indicação Geográfica (IG) da cachaça e aguardente. Ou seja, se concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), eles poderão comercializar como o rótulo de Cachaça e Aguardente de Luiz Alves.
“A Identificação Geográfica da cachaça e aguardente de Luiz Alves como também a denominação de origem, nos colocarão em um patamar privilegiado quanto a divulgação da Rota da Cachaça e dos produtos. A exemplo do que aconteceu com os vinhos de altitude”, reforça Paulo.
ROTA DA CACHAÇA
A Rota foi criada justamente para orientar os turistas que chegam ao município em busca das cachaças artesanais de qualidade. Com a rota definida, a fácil visitar todos os alambiques, conhecer o processo de fabricação, degustar e adquirir as cachaças. Os passeios valem pela paisagem com engenhos coloniais, destilarias rústicas e ambientes tipicamente do interior.
Você sabe como degustar ou identificar uma boa cachaça?
Tanto se falou do potencial da Cachaça de Luiz Alves. Mas, afinal, você sabe como degustar ou identificar uma boa cachaça? O mestre alambiqueiro, David Romani, explica como reconhecer uma cachaça nobre e de qualidade em quatro passos: Ele frisa que “no rótulo de uma cachaça de qualidade deve conter informações importantes cachaça prata; repousada em toneis de inox, se for cachaça ouro; envelhecida por no mínimo um ano em barris de madeira, Premium; dois anos ou mais, e extra Premium mais de três anos, note também em qual madeira ela foi envelhecida e a graduação alcoólica que deve ser de 38% a 48%, no contra rótulo é importante que tenha o registro do mapa o que certifica as boas práticas de produção”.
O aspecto visual e de aroma são outras questões muito importantes. “Uma cachaça boa deve ser limpa, translucida e brilhosa, não pode ser turva e conter resíduos, no copo deve fazer as lagrimas ao redor da crista quando levemente balançado. o Aroma é a análise sensorial mais complexa e varia de pessoa para pessoa, porque tem muito a ver com a memória de cada um, mas resumidamente deve ser agradável e remeter a lembranças de coisa boas, levemente adocicado e não irritar o nariz, quando a cachaça tiver cheiro de coisa velha de guardado, metálico ou qualquer outro que não agrade então desconfie”, alerta.
E, um dos principais pontos, o aspecto gustativo. Ela deve ser degustada. “Importante saborear a bebida em pequenos goles, uma boa cachaça não deve descer arranhando a garganta, ela pode ser levemente adocicada e até com um toque amargo depende muito do processo que ela é feita e envelhecida, os carvalhos e a amburana trazem um dulçor da própria madeira já a Cabreúva um leve amargor por exemplo, no retro gosto um calor no peito é desejado”, finaliza David.